Circula nas redes sociais que o termômetro infravermelho – que vem sendo usado no comércio para aferição de temperatura durante a pandemia do coronavírus – pode causar danos à glândula pineal, localizada no cérebro e responsável pela produção de hormônios. É #FAKE.
Médicos entrevistados pela CBN apontam que é anatomicamente impossível que o termômetro cause prejuízo à glândula pineal, que faz parte do nosso sistema endócrino, fica no centro do cérebro e é resguardada por estruturas de tecido e osso.
Eles lembram que este tipo de termômetro se popularizou durante a pandemia da Covid-19, para medição de temperatura em locais públicos, mas já é usado no meio médico há muito tempo, sem que haja relatos de danos deste tipo. Ou seja, são equipamentos aprovados para uso no Brasil pela Agência Nacional e Segurança Sanitária (Anvisa), e que oferecem segurança, não devendo ser temidos pela população.
O texto não faz qualquer sentido, afirma o médico Júlio Pereira, neurocirurgião da Beneficência Portuguesa de São Paulo. “Isso não tem lógica alguma. A glândula pineal é profunda, e está protegida pela pele, subcutâneo, caixa craniana, e ainda tem todo o córtex cerebral. A ideia de que haveria dano a ela não tem qualquer plausibilidade biológica”, diz Pereira.
“Esses termômetros são usados no mundo todo, tendo sido aprovados há muito tempo. São autorizados pela FDA (agência federal norte-americana responsável por autorizações na área da saúde) e pela Anvisa. Foram testados. As ondas de radiação que podem causar algum dano para nós são de outro tipo. O que esse termômetro infravermelho faz é captar nossas ondas de calor e nos dar a informação sobre nossa temperatura corporal. Então não existe lógica anatômica alguma imaginar que a proteção da glândula pineal seria rompida”, diz o médico.
Fonte: CBN