O Dia Nacional da Saúde é nesta quarta-feira (5). A data é em referência ao nascimento do médico e sanitarista Oswaldo Cruz. Esteve à frente do Instituto Soroterápico Federal Cruz, atual Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O cientista fez enormes contribuições ao cuidado da população brasileira, sobretudo no que se refere à produção de soros e vacinas. Contribuiu também para a erradicação de doenças como a varíola e com a diminuição de surtos de febre amarela e malária.
Ao mesmo tempo em que o Brasil enfrenta uma grave crise sanitária provocada pelo novo coronavírus, os governos desmontam o Sistema único de Saúde (SUS) e retiram investimentos em educação e pesquisas. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deixou claro, mesmo antes de assumir a Presidência, qual o seu projeto para a saúde e educação. Suas políticas para essas áreas sociais são de desmonte e privatização. Além disso, o presidente ajuda a fortalecer grupos de extrema-direita que fomentam o anticientificismo, com a defesa do terraplanismo e do movimento antivacinas, por exemplo.
A política de vacinação brasileira é uma das melhores do mundo. De acordo com levantamento elaborado pelo Ministério da Saúde, no entanto, entre oito vacinas obrigatórias, apenas BCG atingiu a meta de 95%, em 2018. O Ministério aponta que, além de algumas doenças já erradicadas não causarem tanta preocupação às brasileiras e brasileiros, há também a resistência à vacinação. Doenças como sarampo e poliomielite, que não eram preocupação, voltam a aparecer no Brasil.
O governo Bolsonaro e seus aliados tentam arranjar culpados para as suas políticas insuficientes de combate à Covid-19. Eduardo Bolsonaro, por exemplo, culpou a China pela pandemia e gerou crise diplomática com o país. O presidente chegou a acusar a Organização Mundial de Saúde (OMS), de incentivar a homossexualidade e masturbação em crianças, deslegitimando a produção científica da Organização.
A pandemia de Covid-19 aprofundou a crise no sistema de saúde pública brasileiro, fruto das políticas de precarização dos serviços públicos realizadas pelos governos. Todos os governos - desde Fernando Henrique Cardos, passando pelos governos Lula, Dilma e Temer e Bolsonaro - tiraram da saúde, sobretudo com o aprofundamento da crise econômica em 2008.
No Rio Grande do Norte não é diferente. Os diversos governos estaduais e municipais sempre atacaram a saúde e as servidoras e servidores. O governo Fátima Bezerra (PT/PCdoB) está fechando hospitais e reduzindo leitos. Cedeu também às pressões dos empresários e reabriu o comércio, causando aglomeração em diversos estabelecimentos. Esta semana, o estado atingiu o menor índice de isolamento social do Brasil. Segundo dados da empresa In Loco, apenas 37, 64% dos (as) potiguares respeitaram o isolamento social durante os primeiros dias de agosto.
Já a Prefeitura do Natal para a imprensa dizer que as únicas armas que têm para o enfrentamento à doença são a hidroxicloroquina e a ivermectina, alinhando-se discurso bolsonarista. O prefeito também Não aplica a Lei da Data-Base nem implementa direitos como os quinquênios, mudanças de nível, adicionais e gratificações.
No Dia Nacional da Saúde, temos que fortalecer a defesa por um SUS 100% estatal, gratuito e de qualidade. Os governos não podem tratar saúde como mercadoria. Devemos exigir também políticas eficazes de enfrentamento à Covid-19 e que a conta da crise econômica seja paga pelos ricos e poderosos, que estão aumentando seus lucros nesta pandemia, e não pela classe trabalhadora.