Junto com o aumento dos casos de Covid-19 no Brasil, o país enfrenta também um crescimento da violência doméstica. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), os casos de feminicídio cresceram 22,2%,entre março e abril deste ano, em 12 estados do país, comparativamente ao ano passado.
Feminicídio é o assassinato de uma mulher, cometido devido ao desprezo que o autor do crime sente quanto à identidade de gênero da vítima. Nos meses de março e abril, o número de feminicídios subiu de 117 para 143. A violência contra as mulheres não é uma novidade e tampouco seu aumento é um fenômeno exclusivo da pandemia, é expressão da barbárie capitalista e da incapacidade desse sistema em pôr fim ao machismo e garantir igualdade para as mulheres. É também consequência do descaso dos governos com a vida das mulheres, sendo que a pandemia evidencia esse descaso e ainda agrava situação na medida em que deixa as mulheres mais vulneráveis.
Além do aumento da violência, as mulheres também enfrentam uma sobrecarga ainda maior com o trabalho doméstico. Segundo dados divulgados em 2019 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mulheres dedicam em média 18,5 horas semanais aos afazeres domésticos e cuidados de pessoas, na comparação com 10,3 horas semanais gastas nessas atividades pelos homens. Essa rotina ficou ainda mais intensa com as restrições impostas pela pandemia.
Para falar sobre esses e outros assuntos que envolvem a situação das mulheres na pandemia, convidamos para a live do Sindsaúde RN: Camila Barbora, Pedagoga, presidente do diretório municipal do PSOL em Natal e militante feminista do Coletivo Juntas; Juliana Iglesias Melim, professora da UFES, Militante do MML/ES e Wellingta Macêdo, Jornalista, Atriz e Educadora Social e militante do Quilombo Raça e Classe/PA e do PSTU. Para realizar a mediação da live, contaremos com a participação de Kelly Jane, da Secretaria de Mulheres do Sindsaúde RN.