Os trabalhadores da saúde do maior hospital do estado do Rio Grande do Norte realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (14). Com cruzes nas mãos e segurando cartazes, os servidores da saúde denunciaram as condições de trabalho, a falta de EPI's, as mortes causadas por covid-19 e exigiram lockdown para reduzir o aumento de contaminação.
O protesto iniciou às 9h, na entrada do Pronto Socorro Clovis Sarinho. A faixa carregada pelos trabalhadores chamou atenção com a frase "Não somos heróis, somos trabalhadores da saúde e nossas vidas importam". Com o microfone e carro de som, os servidores tiveram suas vozes ecoando para a população que passava nas mediações.
Nesta quarta-feira (13), o Walfredo Gurgel registrou a primeira morte por covid-19. O hospital não é uma unidade especializada em tratamento da Covid-19, mas já registra pelo menos 30 profissionais da saúde infectados com a doença. De acordo com o boletim divulgado pela Sesap, quase 500 trabalhadores da saúde estão doentes no estado pelo novo coronavírus. Esse número pode ser ainda maior, pois existe uma demora nos resultados dos testes. Além disso, os servidores estão trabalhado em condições precárias, com epi's racionados e de péssima qualidade.
Para nós do Sindsaúde RN, os protestos que realizamos ontem, no hospital Santa Catarina e nesta quinta (14), no Walfredo Gurgel, é uma tentativa de alertar as autoridades para as condições em que os trabalhadores da saúde enfrentam diante da pandemia. "Já são mais de 2 mil casos e 105 mortes. Os leitos de UTI já estão superlotados. O governo Fátima Bezerra (PT), precisa atuar de verdade e decretar lockdown no Estado. A governadora precisa receber o Sindsaúde RN e olhar para quem cuida da saúde da população. Fátima só recebe os empresários. Exigimos uma reunião com a governadora", declarou Maria do Carmo, técnica de enfermagem.