A Secretaria Municipal de Saúde enviou um documento à direção do Hospital Municipal de Natal na ultima quarta-feira (17), restringindo o uso da máscara N95 aos profissionais de saúde. Em nota, a secretaria orienta que a máscara deve ser usada apenas por profissionais em assistência direta aos pacientes diagnosticados ou suspeitos de patologia transmitida por aerossóis. Ainda completa que o uso não indicado gera custos desnecessários e uma falsa sensação de segurança.
No entanto, estudos revelam que o vírus sobrevive por algumas horas em suspensão no ar ou até dias em certas superfícies, chegando a ficar até três dias sobre estruturas ou objetos de plástico ou aço inoxidável. Ou seja, mesmo profissionais de saúde não tendo contato direto com pacientes infectados, é possível se contaminar no ambiente de trabalho.
Nós do Sindsaúde RN repudiamos essa postura da Secretaria Municipal de Saúde que ao longo do tempo vem adotando essa prática de negligenciar as condições de trabalho, não só no Hospital Municipal de Natal, mas em todas as unidades de saúde. Reivindicamos equipamentos de proteção individual (EPI's) para todos os profissionais de saúde em atividade. Acreditamos que essa medida reproduz a mesma concepção de que os profissionais de saúde que não estão expostos diretamente a agentes nocivos não devem receber adicional de insalubridade.
A pandemia do coronavírus exige medidas emergenciais para combater o vírus e sua proliferação. Nesse sentido, restringir o uso de equipamentos de proteção aos servidores da saúde que são linha de frente no combate a pandemia, é precarizar ainda mais as condições de trabalho desses profissionais.
"A atenção básica e os serviços de 24h são a porta de entrada para o atendimento à população. Por isso, não é possível identificar os casos suspeitos no primeiro atendimento. Ainda assim, existe um protocolo para a realização do exame baseado em alguns critérios: a pessoa precisa se enquadrar em alguns critérios para ter a suspeita considerada: ter febre, tosse, coriza e dificuldade para respirar, além de histórico de viagem para fora do país ou de outro estado que tenha casos de doença registrados ou contato com alguém nessas condições. Até o resultado do diagnostico, o profissional desprotegido já tem se contaminado", declarou Flávio Gomes, Coordenador do Sindsaúde RN.