Batizado recentemente de Covid-19 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o novo Coronavírus tem deixado em estado de alerta internacional os governos sob uma ameaça de epidemia global.
Os últimos dados oficiais do relatório da OMS mostram que 43.103 mil pessoas contraíram o Covid-19. Deste montante, 17% apresentaram casos graves e 1,018 morreram. 99,1% dos casos se concentram na China. As outras 395 confirmações estão espalhadas entre 24 países.
Segundo o Ministério da Saúde, há 11 casos sob observação no Brasil, mas não há confirmação de que a doença circula no país. Dos casos atualmente, seis estão em São Paulo, dois no Rio de Janeiro, e os seguintes estados todos têm uma suspeita: Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. Já foram descartadas 33 possíveis infecções da doença.
Na manhã desta quinta-feira (13), foi divulgado na imprensa um caso suspeito de uma pessoa que está internada no hospital Giselda Trigueiro, em Natal. Segundo informações, um homem de Baía Formosa deu entrada com sintomas de gripe, sendo que o mesmo faz tratamento para curar um câncer. O paciente está isolado e em observação no hospital, que é o centro de referência para tratar casos suspeitos.
A Sesap lançou uma nota nesta manhã, declarando que está apurando os fatos para que possa inferir se há ou não um caso suspeito de Infecção Humana pelo Novo Coronavírus. Nesta sexta (14), a Secretaria está convocando para entrevista uma coletiva de imprensa para apresentar todas as informações apuradas.
(Editado 14/02, 14:49 - Após coletiva de imprensa na manhã desta sexta (14), a Sesap declarou que o caso foi descartado após exames realizados no paciente).
Para nós do Sindsaúde RN, a ameaça de uma nova epidemia global, originada na China, coloca em cheque a fragilidade da saúde pública do nosso estado e do país. Pelo princípio do SUS deve-se garantir a todos os brasileiros o acesso a uma cobertura integral. Porém, esse sistema ainda está longe de acontecer.
É verdade que o atendimento na rede pública é legalmente garantido a qualquer pessoa. Porém, nem todos têm serviço de saúde no município em que moram; nem todas as unidades têm profissionais; e consultas, principalmente com especialistas, assim como exames, cirurgias e demais procedimentos. Além disso, as unidades de saúde funcionam de forma precária, faltam medicamentos básicos e insumos, como gaze, luvas, máscaras. Os corredores são lotados de pacientes, faltam leitos de UTI, faltam profissionais de saúde para atender a população.
Infelizmente, a saúde pública é negligenciada pelos governos, que investem o mínimo de suas receitas. No momento que o mundo volta a atenção para essa epidemia, o Governo Bolsonaro não apresenta nenhum plano concreto de prevenção e enfrentamento ao coronavírus - tendo em vista que os aeroportos estão de portas abertas sem nenhuma restrição à pessoas que vem de países com foco da epidemia - Na verdade, o que Bolsonaro faz é tirar dinheiro da Saúde. Segundo dados divulgados pelo Tesouro Federal, no ano passado, Bolsonaro cortou 4,3% da Saúde.
Aqui no Estado, a governadora Fátima e os governos anteriores têm fechado serviços e leitos de hospitais. Agora, a desculpa é que existe uma crise financeira e ela precisa ser estancada com uma reforma da Previdência, que retira direitos históricos dos trabalhadores.
Diante desse caso suspeito, nós do Sindsaúde RN cobramos do governo e da secretaria de Saúde que apresentem medidas concretas para a prevenção e o combate desta epidemia, tendo em vista que Natal é uma cidade que recebe muitos turistas e está vulnerável.
Exigimos que a Sesap encaminhe um Protocolo orientando como as direções das unidades deve proceder na segurança de seus profissionais. Que sejam fornecidos os EPIs, principalmente as máscaras N95, que hoje se encontram restritas nas farmácias das unidades. Não é possível que nas unidades de saúde estejam negando os equipamentos de proteção individual para os profissionais da saúde, inclusive a máscara N95, como é o caso do hospital Walfredo Gurgel, Giselda Trigueiro e outras unidades de saúde.
Orientamos aos servidores da saúde que denunciem ao Sindicato, caso os EPIs não sejam fornecidos nos seus locais de trabalho.