Há anos, a saúde do estado do Rio Grande do Norte não é tratada como prioridade. Entra governo e sai governo e a saúde continua precária. A porta para pacientes que vai desde a atenção básica a hospitais, se tornou refém da falta de infraestrutura e da violência, cada um deles com efeitos diretos sobre o outro.
Já é comum registrar casos de violência, que vão de agressões verbais e físicas contra funcionários, passando por ameaças de morte e culminando com roubos a servidores e pacientes. A violência urbana vem adentrando as unidades e deixando servidores da saúde e a população amedrontados.
Para Thelma Ribeiro, diretora do Sindsaúde RN, a violência é real e a falta de infraestrutura aumenta a possibilidade de violência. "O principal desafio para os profissionais de saúde é fazer um trabalho da melhor forma enfrentando falta de materiais, equipamentos e insumos. Agora, a violência faz parte dessa realidade", declarou.
No último domingo, um vigilante do Hospital Deoclécio Marques foi morto a tiros em Parnamirim quando voltava do trabalho para casa. Os criminosos levaram a arma dele. A vítima era José Eudes Castro, de 49 anos. Eudes, era casado e pai de dois filhos.
Mas, o mais chocante dessa história é que o suspeito desse crime bárbaro é um ex-paciente do hospital, que havia jurado o vigilante de morte. Segundo informações dos próprios servidores, o suspeito ameaçou José Eudes de morte após ser repreendido em uma ação imprópria nas dependências do hospital.
Para nós do Sindsaúde, é urgente que as autoriades não fechem os olhos para esse problema. "O governo, prefeitura e as secretarias de Saúde precisam estar atentos a esse pedido de socorro dos servidores e da população. A insegurança está colocando em risco nossos vidas. A política de segurança pública deve ser investida não só em contigenciamento de policiais nas ruas, mas deve ser encarada como um problema social", declarou Flávio Gomes, diretor do Sindsaúde RN.