Em uma entrevista concedida para a Tribuna do Norte, publicada no dia 05 de janeiro, a governadora Fátima Bezerra (PT), falou sobre o primeiro ano de seu governo. Em uma das respostas, a governadora declarou sobre o desafio de ter assumido o Estado em crise e revelou que o balanço do seu governo é muito positivo. No entanto, Fátima Bezerra não assume os erros, fazendo acreditar que só fez coisas boas.
A governadora afirmou que paga religiosamente os salários dentro do mês, mas, ao mesmo tempo, deve parte do salário de novembro, dezembro e 13º de 2018. Fátima disse que a expectativa para 2020 é abrir novos leitos, mas reduziu leitos, fechando o hospital de Canguaretama e ameaça fechar o Ruy Pereira, que já não funciona 100%. A UTI pediátrica do Walfredo Gurgel fechou por falta de médicos, e antes que terminasse o ano, o governo completou a escala com médicos da Cooperativa. Mas, a medida foi apenas paliativa, pois a situação ainda permanece a mesma. Faltam servidores da saúde para garantir o quadro de profissionais e não se sabe se a escala será fechada até o final de janeiro.
Não há leitos de UTI suficientes no Estado. Há casos de pacientes que conseguiram leitos de UTI através de ação judicial. Cerca de 110 leitos espalhados pelo Estado estão aguardando para serem reabertos, mesmo sendo judicializado há anos. O que Fátima não diz na entrevista é que ela está dando continuidade ao ajuste fiscal de Robinson Faria (PSD) e do desmonte da saúde pública.
A governadora diz que o Estado não tem dinheiro e que precisou organizar a casa, mas garante privilégios para as elites. Fátima permitiu que os deputados estaduais recebessem 13º e férias retroativas, dá isenção de impostos à empresários bilionários e ignora a dívida de R$ 7 bilhões que as grandes empresas têm com o RN.
Fátima declarou que a relação com o governo Bolsonaro é institucional e que apesar da diferença política, seu dever é defender os interesses da população. No entanto, a governadora está seguindo o mesmo caminho do governo Bolsonaro, preparando uma reforma da Previdência que irá penalizar ainda mais os trabalhadores e trabalhadoras do Estado.
Vale lembrar que a governadora criminalizou a luta dos servidores da saúde por duas vezes em 2019. Em fevereiro, ela pediu na justiça a ilegalidade da greve da saúde, que cobrava os salários atrasados. E em dezembro, Fátima e Cipriano também pediram a ilegalidade das paralisações da categoria.
Nós do Sindsaúde RN não nos curvamos a nenhum governo que ataca os direitos dos trabalhadores. Seja Bolsonaro ou Fátima, iremos enfrentar com muita luta. Fazemos um chamado às entidades do RN para engrossarmos as forças contra a reforma da Previdência nesse ano que se inicia. Mais do que nunca, é necessário unir os trabalhadores em defesa dos direitos, dos serviços públicos e das liberdades democráticas. Por um a Greve Geral no RN e no país.