Servidores da saúde do Estado ocuparam a Sesap na manhã desta última sexta-feira (22), para reivindicar a correção dos descontos no contracheque e a retirada das faltas arbitrárias dos servidores. Durante o protesto, uma comissão composta por representantes de alguns hospitais e a direção do Sindsaúde RN, se reuniu com o secretário de Saúde, Cipriano Maia, o secretário Adjunto, Petrônio Spinelli e o setor do setor do RH da Sesap.
Na ocasião, foram discutidos alguns pontos administrativos como as faltas, a mudança de horário do jantar do hospital Walfredo Gurgel, a situação dos hospitais, o ponto eletrônico, entre outros.
Após ser questionado pelas faltas, o secretário de Saúde disse que "quem se ausenta tem que levar falta". Sua fala não é uma surpresa. Em fevereiro, quando assumiu a pasta, Cipriano afirmou que apesar de ser ex-sindicalista e entender a luta dos servidores, defende falta em quem não tem "compromisso com o trabalho".
Mas o que o secretário não sabe ou sabe e finge não saber, é que os servidores trabalham em condições desumanas. "Trabalhamos em condições precárias, faltando tudo nos hospitais. Chega uma hora que a gente cansa", declarou Manoel Egídio, servidor do Walfredo Gurgel.
O secretário pediu compreensão ao Sindicato e aos servidores e declarou que a governadora está administrando uma "massa falida". "Pegamos o Estado em crise. Estamos enfrentando dificuldade. Esperamos que a situação melhore, por isso, pedimos compreensão.
A responsável pelo setor do RH, Leninha Bezerra declarou que está difícil, mas pior estava no ano passado. Fazendo referência ao governo de Robinson Faria. "Pelo menos os servidores recebem o salário todo mês", disse.
No entanto, a diretora do Sindsaúde RN, Márcia Rayssa lembrou que a governadora Fátima Bezerra concedeu um aumento de 16% aos servidores da Justiça e do Tribunal de Contas. "Se vocês dizem que o estado tá falido, porquê concederam um aumento a uma categoria que tem salários elevados? Enquanto nós servidores da saúde sobrevivemos com salários defasados há mais de 10 anos. Não tem desculpa, a governadora tem poder de veto e não vetou!", disse Rayssa.
O coordenador do Sindsaúde, Breno Abbott também questionou os erros nos contracheques dos servidores da saúde. "Estão economizando nas nossas costas. Estão ocorrendo erros constantes nos contracheques dos servidores. Ironia ou não, os erros só acontecem para retirar e não para somar", afirmou.
Apesar do debate e questionamentos, não houve avanços concretos na reunião. A Sesap declarou que vai se reunir com a direção do hospital Walfredo Gurgel para compreender a mudança do horário da janta e tentar mediar a situação. Em relação às faltas, a secretaria disse que não pode se responsabilizar em flexibilizá-las, mas irá discutir com a equipe uma saída.
Os servidores vêm realizando paralisações todas as sextas-feiras reivindicando que a Governadora pague os salários atrasados de novembro, dezembro e 13° de 2018. Para o Sindsaúde RN, os trabalhadores e trabalhadoras têm o direito de se organizar e se manifestar contra a retirada de direitos e contra os governos e patrões.
A direção do Sindsaúde irá se reunir para encaminhar um dia para realizar a assembleia da categoria e debater com os presentes os próximos passos da luta em defesa do pagamento dos atrasados e contra os ataques do governo do RN.
Autor: Sindsaúde RN