A governadora Fátima Bezerra (PT) e o presidente em exercício, Hamilton Mourão (PSL), se reuniram na manhã desta segunda-feira (16), para tratar sobre segurança pública. O encontro teve clima de descontração. Alguns dizem que esse clima tranquilo entre os dois não passou de “republicanismo” ou “civilidade”, pois estamos em uma “democracia”, e a postura de Fátima foi a esperada para uma dirigente de um Estado da Federação.
No entanto, essa não é postura de um governo que se diz popular e que representa os trabalhadores. Fátima Bezerra deveria usar o espaço que está ocupando para denunciar toda a farsa do sistema político brasileiro e criticar os ataques do Governo Federal. Além disso, deveria executar medidas que atacassem os privilégios dos ricos e dos Poderes. Mas ao contrário disso, concede reajuste de 16, 38% para conselheiros do TCE e férias e 13º para deputados estaduais. Tentou suspender no início deste ano o pagamento das lincenças-prêmio e tentou criminalizar a última greve dos servidores da saúde.
O governo de Fátima Bezerra também não declarou ser contra a reforma da Previdência de Bolsonaro, um dos maiores ataques à classe trabalhadora. Ela afirma que a reforma tem que ser discutida e que há pontos bons e ruins. Inclusive, os governadores do PT e de seu aliado, o PCdoB, ajudaram a aprovar essa reforma em primeiro e segundo turnos, negociando pontos como a suspensão das alterações no BPC (Benefício de Prestação Continuada) e a aposentadoria rural. Atacando os direitos dos trabalhadores.
Fátima Bezerra foi a única mulher eleita governadora nas últimas eleições, mas não representa a classe trabalhadora. Pois segue aplicando a cartilha dos governos anteriores, com ajuste fiscal sobre os trabalhadores e os serviços públicos.