As servidoras e servidores estaduais da saúde realizaram mais um ato público na manhã dessa quarta-feira (27), em frente ao Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim. Esse foi o 6º ato da saúde desde o início da greve da categoria, em 5 de fevereiro, e faz parte do calendário de greve votado em assembleia no último dia 25, no Sinpol.
Durante as falas, a categoria denunciou o forte assédio sofrido pelos servidores em greve por parte de alguns gestores das unidades de saúde, e que essas práticas de criminalização das lutas devem ser denunciadas. Foi denunciado também as más condições de trabalho sob as quais a saúde está exposta. Além da estrutura física das unidades estarem comprometidas, falta materiais básicos de higiene, curativos e medicamentos. No Hospital Tarcísio Maia, por exemplo, está se fazendo curativo com fita gomada.Com tudo isso, porém, a demanda não para.
Os trabalhadores criticaram o discurso do governo de que não tem dinheiro para pagar os atrasados, pois não há calamidade financeira, por exemplo, para pagar milhões à construtora OAS pela Arena das Dunas, empresa envolvida, inclusive, em escândalos de corrupção na Operação Lavo-Jato.
Durante o ato, chegou um paciente em uma ambulância de Canguaretama, para fazer uma radiografia, pois as unidades de saúde desse município não dispõem do equipamento necessário para realizar esse exame, tendo que se deslocar então para Parnamirim em uma ambulância quente e precarizada.Carlos Alexandre, diretor do Sindsaúde-RN, criticou o ocorrido e chamou a unidade dos trabalhadores : “ Isso é uma vergonha! Esse é o sistema. É o sistema que mata, é o sistema que destrói! Nós, como trabalhadores, temos que nos unir!”
Após o ato, a categoria acompanhou audiência pública na Assembleia Legislativa sobre o atraso dos salários, às 14h. Além do Sindsaúde, estiveram presentes também outras entidades que compõem o Fórum Estadual dos Servidores, como a Aduern, Sinsp e Sinai.
O coordenador do Sindsaúde, Breno Aboott, apontou em sua fala os problemas relacionados à saúde: “Na saúde convivemos diariamente com a precarização dos serviços, com a sobrecarga de trabalho, devido ao déficit de profissionais, além da superlotação dos hospitais. Com a falta de insumos e com o desmonte dos hospitais regionais. Convivemos com o ajuste fiscal e a retirada de direitos, como exemplo, a retirada da insalubridade e do adicional noturno durante as férias". Ele criticou os privilégios e as práticas de corrupção nos Poderes e reforçou a continuidade da greve.