Os servidores públicos estaduais se reuniram na manhã dessa terça-feira (5), em frente à Governadoria, em um ato unificado contra o atraso dos salários e pelo pagamento dos salários atrasados. Sob gritos de palavras de ordem como “chega de parcela, quero meu salário para encher minha panela”, as trabalhadoras e trabalhadores disseram que não vão aceitar ataques aos seus direitos e lembraram das lutas em frente à Assembleia Legislativa há um ano, contra o pacote de maldades do ex-governador Robinson Faria (PSD). O ato também marcou o início da greve dos servidores da saúde do Estado.
Durante o ato, representantes das entidades que compõem o Fórum dos Servidores Estaduais entraram no Gabinete Cível para uma reunião com o Governo. Representando o Governo estavam o Chefe de Gabinete Civil, Raimundo Alves, a secretária da Administração e dos Recursos Humanos, Virgínia Ferreira e o subsecretário, Ediran Teixeira.
Na ocasião foi discutido com mais destaque o pagamento dos atrasados e o salário de fevereiro. No entanto, em relação aos atrasados, o Governo enfatizou que iniciará o pagamento de forma cronológica apenas quando obter os recursos extras e não sinalizou um calendário de pagamento como cobra o Fórum.
Segundo Raimundo Alves, apresentar o calendário de atrasados nesse momento seria uma postura leviana e irresponsável do governo. “As negociações estão em curso e o projeto de lei foi encaminhado à Assembleia. O pagamento dos atrasados será realizado apenas com os recursos extras”, declarou. Sobre o salário de fevereiro, ficou acordado com o Fórum que no dia 11, será pago 30% do salário para que ganha acima de R$ 6 mil reais. No dia 15, será feito o pagamento integral de quem ganha até R$ 6 mil reais. No dia 28, recebem o complemento de 70% os que ganham acima de R$ 6 mil reais.
O Sindsaúde participou de todo o processo de negociação, porém, não assinou o acordo feito com Governo e o Fórum. “Essa é uma postura que o Sindsaúde tem tomado em respeito à sua base. Mais uma vez acompanhamos as negociações, mas não assinamos nenhum acordo porque achamos que a forma mais democrática é ouvir a categoria”, afirmou Manoel Egídio, coordenador-geral do Sindsaúde-RN.
A saúde que iniciou a greve nesta terça (05) aguardou até o final da reunião que só foi terminar por volta das 15h. O coordenador-geral do Sindsaúde apresentou o que foi debatido com o governo e o que foi acordado sobre o pagamento de fevereiro. Com ânimos aflorados por saber que o Governo não apresentou o calendário de pagamento dos atrasados, foi aberto o debate que decidiu fortalecer a greve da saúde e chamar uma assembleia para esta sexta-feira (08). A assembleia será às 9h, no auditório do Sinpol.
Na quinta (07), ficou agendada uma reunião com o Sindsaúde e o chefe de Gabinete, Raimundo Alves, para discutir especificamente a pauta da greve da saúde.
Contra a criminalização dos movimentos e ativistas. Toda solidariedade à Rosália Fernandes e João Assunção
Enquanto o ato se iniciava, uma audiência acontecia sobre a abertura do processo criminal de instrução e julgamento contra Rosália Fernandes e João Assunção. Os dois ativistas da saúde e ambos diretores do Sindsaúde estão sendo acusados injustamente por desacato a autoridade. O processo segue e tem nova audiência no dia 12 de março.
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