Os servidores públicos do Rio Grande do Norte aguardam ansiosos o pagamento de 30% do salário de janeiro, previsto para ser pago ainda nesta sexta-feira, (11), conforme o calendário divulgado pelo Governo Estadual. A proposta contempla apenas o parcelamento dos salários de janeiro e fevereiro de 2019, sem datas definidas para o pagamento dos débitos atrasados, como é o caso da folha salarial de novembro e do 13° de 2017 (para os servidores que ganham acima de 5 mil reais), e do salário integral do mês de dezembro e o 13° salário de 2018, para os demais servidores.
A espera para receber esses vencimentos parece não ter fim, e o caso vem se prolongando desde o ano passado. Com isso as dívidas se acumularam; água, energia, plano de saúde, escola dos filhos, cartões de créditos, comida... São débitos e necessidades básicas que continuam em aberto para muitos servidores, pelo simples fato de não terem dinheiro para pagar.
A servidora aposentada da saúde, Juraci Pereira, que prestou 41 anos de serviços públicos em diversas unidades de saúde de Natal, passa por uma situação semelhante à de tantos outros trabalhadores que aguardam o pagamento. Juraci tem algumas limitações devido à idade e aos diversos tratamentos que ela faz para controlar a diabetes, as crises da fibromialgia e as dores da chikungunya. Sem dinheiro para custear os medicamentos, não resta muitas opções para a aposentada, “só Jesus na causa, estou devendo a todo mundo, estou com várias receitas aqui, mas ainda não pude comprar os remédios, porquê são caros” lamenta Juraci Pereira, “estou com tudo atrasado, até meu plano funerário está atrasado, e eu não tenho dinheiro para pagar”, afirma a aposentada.
Até mesmo a alimentação da servidora aposentada está sendo prejudicada. Juraci relata que precisa seguir uma dieta rigorosa por conta da Diabetes, mas sem dinheiro para comprar os alimentos recomendados, a aposentada afirma que acaba comendo o que têm, “Estou devendo mais 200 reais na mercearia perto da minha casa, minhas irmãs é quem estão me dando um prato de comida, se abrir a geladeira da minha casa, vocês vão ver que não vai ter nada”, relata a aposentada.