O ano de 2018 está chegando ao fim, para muitos foi um ano longo, que exigiu muita luta. A crise econômica não deu nenhuma trégua a classe trabalhadora e os governos Temer, Robinson e Carlos Eduardo/Álvaro Dias e demais prefeitos jogaram a conta para os trabalhadores.
De um lado, atrasos nos salários e dos 13º, Pacote de Maldades e caos nos hospitais e nas unidades de saúde, que resulta no aumento das mortes dos pacientes. De outro, grandes ataques, como a reforma trabalhista, a terceirização irrestrita e a ameaça constante da reforma da Previdência, feito por políticos envolvidos até o pescoço na corrupção.
Aqui no Rio Grande do Norte, o governo Robinson Faria (PSD) foi muito cruel com os servidores públicos. Na verdade, cruel é pouco para um governador que abandonou a saúde e teve que decretar por duas vezes estado de calamidade. Mas, não só isso, a insegurança aumentou, deixando o RN como o segundo estado mais violento do País. A crise da violência se acentuou no ano passado, quando o estado registrou a maior taxa de homicídios do Brasil.
Pois é, a vida não está fácil para a classe trabalhadora, que apesar desses ataques, demonstrou que a luta é necessária. Em janeiro, os servidores públicos, em especial, a Saúde e Professores da UERN fizeram uma grande greve unificada. A força da luta dessas duas categorias fez com que os sindicatos do Fórum de Servidores se somassem e juntos derrubaram as grades da Assembleia Legislativa, impediram os deputados de entrar e barraram a aprovação do pacote de ajuste fiscal de Robinson. Se não fosse a luta dos sindicatos e trablahdores (as), hoje, os servidores públicos além de enfrentarem o atraso de salários e o 13º, estariam com seus adicionais por tempo de serviço (ADTS) extintos, a paridade entre ativos, aposentados e pensionistas teria acabado e o salário que não tem reajuste há 6 anos ficaria ainda menos pois o desconto da previdência passaria de 11% para 14%. Foi preciso muita luta pra não perder o pouco de direito que os servidores ainda têm.
Robinson já anunciou que vai deixar seu mandato sem pagar os salários de dezembro e o 13º de 2018 dos servidores. Uma total falta de respeito com quem constrói o serviço público desse estado. A virada do ano novo das famílias de quase 100 mil servidores estaduais, aposentados e pensionistas, está ameaçada pela falta de prioridade do governo. Entre escolher a manutenção dos lucros dos empresários e atrasar salários, ele adiciona requintes de crueldade à classe trabalhadora.
No sistema capitalista é sempre assim, quando os governos e patrões começam a diminuir seus lucros, dizem que estão em crise econômica e jogam a conta nas costas dos trabalhadores, demitem, reduzem salários, implementam ajustes fiscais, privatiza, fazem reformas.
O governo de Robinson não é diferente dos demais e segue a mesma cartilha dos governos de Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que ainda não confirmaram datas para o pagamento do 13° salário de 2018. No caso do Rio Grande do Sul, esse é o terceiro ano consecutivo que o estado vai pagar com atrasos o décimo terceiro salário. Em 2017 o governador José Ivo Sartori dividiu o 13° em 12 parcelas e através de empréstimo bancário e com juros, e ainda está devendo as duas últimas.
Em 2019, vão nos atacar ainda mais. O Presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e sua equipe já estão querendo aprovar a reforma da Previdência no primeiro semestre, e já declarou que defende modificações ou até mesmo o fim do Art 7. da Constituição Federal, ou seja, defende a extinção do 13º salário, férias, etc. Aqui no estado, um representante do governor de Fátima Bezerra (PT) também sinalizou que não terá como fugir do aumento de alíquota previdenciária, um dos projetos inclusos do Pacote de Maldades de Robinson que os servidores conseguiram barrar.
Mas, assim como os trabalhadores da França, Argentina, Chile e de diversos países, vamos seguir lutando. Não iremos dar sossego a nenhum governo que ouse retirar direitos dos trabalhadores, conquistados com suor e sangue. Pois, como diz o grande filosofo, sociólogo, jornalista e revolucionário Karl Marx “A história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes”.