O primeiro dia do 3º Congresso Extraordinário do Sindsaúde foi marcado com uma saudação das entidades (CSP-Conlutas, Intersindical, PSTU, PSOL e PCdoB) e com uma mesa sobre conjuntura política a nível nacional e estadual. Com os palestrantes Joaninha Oliveira e Joeferson Faccin, ambos fazem parte da Executiva Nacional da CSP-Conlutas. O debate se deu em torno das denúncias dos ataques dos governos à classe trabalhadora seja a nível nacional, estadual e municipal, e as lutas dos últimos períodos.
Para Joaninha, o único golpe que existe é o golpe que os governos fazem aos trabalhadores. “Em 15 estados do Brasil, o PT fechou aliança com partidos que votaram pelo impeachment da Dilma, portanto, como assim golpe? O único golpe é que recai sobre nós! E pra que nós consigamos barrar esses ataques é necessário uma nova greve geral nesse país. É necessário destruir o capitalismo e pra isso só uma revolução socialista", disse.
Para Joeferson, o que existe é um grande ataque contra os nossos direitos dos trabalhadores. “Querem tirar o nosso direito de se aposentar e de trabalhar com dignidade. É um ataque contra os serviços público como saúde, educação, habitação, segurança e tudo aquilo que garante o mínimo de condição de vida pra classe trabalhadora", disse.
Após as apresentações, o plenário também fez contribuições com algumas falas de servidores e servidoras. Os servidores também demonstraram muita indignação aos ataques consecutivos dos governos, mas ao mesmo tempo, fizeram referência às lutas dos últimos períodos. Mostrando que a classe trabalhadora mesmo com os ataques, resiste e luta bravamente.
No dia seguinte, as resoluções políticas de cada tese foram debatidas nos grupos de discussão e encaminhadas para a votação na plenária final. Ao todo, foram cinco resoluções apresentadas aos delegados e delegadas, sobre a conjuntura política do país e do estado.
A resolução política aprovada pela maioria do plenário, foi a resolução da tese 2, do Grupo de Oposição ao Sindsaúde. A resolução faz uma caracterização de que o país atravessa uma crise política e econômica, aprofundada com o impeachment de Dilma em 2016 e com os ataques do governo golpista e ilegítimo de Temer.
“Partimos do marco evidente de que a derrubada de Dilma por um Congresso corrupto e conservador e um judiciário cada vez mais vinculado a um projeto político de direita, representou uma derrota e um retrocesso do ponto de vista dos trabalhadores e criou uma correlação de forças mais desfavorável”.
No entanto, a resolução aponta que o país não vive uma onda conservadora, mas a existência de uma polarização social, política e ideológica. Identificando que os ataques do governo, como a reforma Trabalhista e a PEC do Teto de gasto, ambos o provados no governo Temer, sejam derrotas e retrocessos importantes que vêm prevalecendo no último período.
Na resolução está também a avaliação sobre a prisão de Lula, que mesmo expressando uma crítica ao que foi os 13 anos do governo de conciliação de classes do PT, afirma que existe uma seletividade da justiça brasileira, deixando soltos corruptos do PSDB, PMDB e outros partidos, mesmo com suas denúncias e investigações paralisadas.
A resolução ainda indica quais as próximas tarefas e os desafios que a classe trabalhadora precisa enfrentar.
“As tarefas colocadas para o movimento de trabalhadores são de construir a unidade, entre as diversas categorias, para através da luta conjunta, fazer avançar a consciência no sentido de romper as lutas de resistência, hoje colocadas, para lutas que apontem a conquista de direitos, que coloquem na ordem do dia a construção de um projeto político de sociedade que atenda os interesses dos trabalhadores”.
Confira na íntegra a resolução política aprovada no 3º Congresso Extraordinário do SIndsaúde-RN.