Depois de realizar cortes de rendição (suspensão na troca de turnos) e protestos em várias refinarias, terminais e unidades operacionais desde o final de semana, petroleiros de todo o país programam a partir da zero hora desta quarta-feira (30) o início de uma greve nacional de 72 horas.
A mobilização, que promete mobilizar a categoria em todo o país, é contra a política de reajustes praticada pela Petrobras e o processo de privatização da estatal – que são as causas da alta nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha-, bem como contra demissões e perda de direitos.
A paralisação se soma à poderosa greve dos caminhoneiros que entrou no 10° dia nesta terça-feira (29) e que é apoiada pelos petroleiros, conforme votação em várias assembleias.
“Nossa luta é para derrubar Temer, Pedro Parente, presidente da empresa, e sua política privatista, a verdadeira responsável pelo aumento do diesel, gasolina e gás de cozinha. Eles querem descontar a crise econômica nas costas dos trabalhadores e de toda a população, junto com outras medidas como a reforma trabalhista e da previdência, tudo para garantir o lucro dos patrões”, afirma o dirigente do Sindipetro-RJ, Eduardo Henrique.
“Estamos vivendo uma das maiores e mais importantes greves de caminhoneiros do país que tem total apoio da população. Essa justa luta vem demonstrando as consequências do processo de privatização da Petrobras para todo o país. Os preços dos combustíveis estão aumentando em virtude da falta de investimentos no refino e da politica de preços da Petrobras. Caso a privatização avance isso vai piorar ainda mais”, disse o petroleiro e cipeiro da Revap, Reynaldo Sant´Ana.
“Portanto, o momento é agora. É preciso unir as lutas das diversas categorias para por pra fora Temer, Parente e todos os corruptos. Essa é a oportunidade para derrotar esse projeto de privatização”, afirmou.
Não à intervenção do Exército
Após o anúncio pelo governo do uso do Exército para supostamente garantir a ordem e desocupação das estradas, refinarias da Petrobras foram ocupadas por tropas no final de semana. É o caso da Revap, em São José dos Campos, e da Refap, no Rio Grande do Sul. As refinarias estão ocupadas por dezenas de soldados, fortemente armados. A situação tem total repúdio dos trabalhadores.
“É lamentável assistir a refinaria ser ocupada pelo Exército. Aqui tem trabalhadores, pais e mães de família. Se quisessem defender a soberania nacional deveriam tirar é o Pedro Parente, presidente da empresa, que quer entregar a estatal para o capital estrangeiro. Mas, nem assim, o governo conseguiu desmobilizar os caminhoneiros. O fato é que o uso do Exército mostra a fraqueza desse governo frente à luta dos trabalhadores. Os trabalhadores precisam repudiar qualquer tipo de intervenção militar”, afirmou Reynaldo.
Todo apoio à Greve dos Caminhoneiros!
Por uma Greve Nacional Petroleira rumo à uma Greve Geral!
Pela redução do preço dos combustíveis e do gás de cozinha!
Fora as tropas do Exército das refinarias e das ruas. Abaixo qualquer intervenção militar!
Fora Parente, Temer e todos os corruptos!
Não à privatização. Por uma Petrobras 100% estatal!