Os servidores e servidoras do SindSaúde foram representados pelo Coordenador Geral Manoel Egídio, na audiência pública contra o fechamento dos hospitais regionais que aconteceu nesta quarta-feira, 16, na Assembleia Legislativa do Estado.
Dentre os participantes, estavam presentes o secretário de Saúde do Estado, Pedro Cavalcanti, a coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias (CAOP) da Saúde, Kalina Filgueira, e o deputado Fernando Mineiro (PT).
A discussão sobre o fechamento de sete hospitais regionais se dá desde assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em 2017, firmado pelo Governo do Estado, Ministério Público do Trabalho e Ministério Público do Estado, que ameaça fechar hospitais regionais no interior, podendo até demitir servidores terceirizados e redistribuir os demais funcionários.
Recentemente, servidores e cidadãos do município de João Câmara foram às ruas em um ato público contra o fechamento do Hospital Regional Josefa Alves Godeiro, ameaçado com a "mudança de perfil" de regional para municipal, deixando de assistir a população da Região do Mato Grande, limitando-se ao atendimento de urgência e clínica, apenas para a população do município.
A justificativa para municipalização dos hospitais, segundo a Promotora Kalina, se dá pelo fato que esses hospitais geram altos custos para o Estado, sem resolutividades, onde a maioria dos casos são ambulatoriais ou de pouca complexidade. Já segundo o secretário Pedro Cavalcanti, o Estado não pensa em fechar esses hospitais e sim, em fazer uma readequação para que as unidades de saúde atendam às necessidades da população das regiões.
A grande questão é que a realidade é outra totalmente diferente da relatada. O maior hospital do Rio Grande do Norte, Walfredo Gurgel, sofre com lotação nas UTI’s e corredores, onde boa parte dos pacientes são do interior, justamente por não ter atendimento de alta complexidade em suas regiões, que se dá pela falta de investimento e não prioridade da saúde por parte do Governo. As gestantes não podem mais ter filhos, pois não há maternidade, nem assistência necessária para realização de parto. Faltam insumos, boa estrutura e até médicos nas unidades para atender a população.
Ao final da audiência, o deputado Fernando Mineiro propôs que fosse realizada uma reunião entre a Sesap e o Ministério Público para que se afine o trabalho e acabem as contradições.
O SindSaúde não somente se fez presente na audiência como também é totalmente contra o fechamento de qualquer unidade e lutará até o fim para que os ataques do governo não acabem prejudicando os menos favorecidos, os que necessitam do Sistema Único de saúde (SUS) em pleno funcionamento para atender as necessidades básicas dos cidadãos.