Os servidores da saúde e docentes da UERN estão há cinco dias acampados na Governadoria, aguardando uma resposta do governador Robinson Faria (PSD). As duas categorias do funcionalismo estadual estão em greve contra o atraso de salários e o descaso do governo com os serviços públicos.
A saúde iniciou a greve na segunda-feira (13), no dia em que ocorreu um ato unificado em frente à Governadoria, contra o atraso dos salários. A tentativa de obter uma reunião com o governador não aconteceu. O que houve foi a truculência da segurança do governo e muito spray de pimenta no rosto dos trabalhadores (as). Mas, essas duas categorias demonstraram muita resistência e em uma votação, a ampla maioria aprovaram a permanência no acampamento.
Nesses cinco dias, o acampamento foi palco de diversas atividades e ações. Na quarta-feira (15), os (as) trabalhadores (as) organizaram a feijoada da resistência e com muita disposição, os (as) servidores (as) da saúde e docentes da UERN demonstraram que a unidade é fundamental para fortalecer as lutas.
A disposição é tanta que as pessoas que passam a noite no acampamento não se importam em dormir em barracas e colchonetes debaixo de tendas, pois a maior insatisfação é não receber o salário em dia.
Na tarde desta quinta-feira (16), os/as grevistas foram mais ousados e bloquearam a BR 101 durante 1h, deixando o transito bloqueado. E mesmo causando desconforto para os que estavam dirigindo, os trabalhadores receberam apoio de muitos que passavam.
Nesta sexta-feira (17), o acampamento não só completa cinco dias, mas também, a greve da saúde, que nem bem começou e já se mostra muito forte. A saúde e docentes da UERN aguardam uma reunião com o governo e estão dispostos a passar o final de semana, caso Robinson não dê as caras.
Para Manoel Egídio, Coordenador-geral do Sindsaúde, o acampamento é uma demonstração que a saúde, em conjunto com os (as) docentes da UERN não vão se render ao governo do estado e irá lutar para receber o salário em dia.
“Os servidores não estão pra brincadeira. Nós não aguentamos mais a nossa panela vazia, nós não aguentamos mais o massacre que sofremos dentro dos serviços públicos, como nós da saúde com um déficit de mais de 4 mil servidores e até hoje esse governo não realiza o serviço público. Estamos com salários atrasados há 20 meses, com contas pra pagar. As pessoas estão pedindo dinheiro nos ônibus pra poder ir trabalhar”, disse Egídio.