Na última quinta-feira (26), o grupo de concursados da Polícia Militar acamparam em frente à Governadoria, com o intuito de cobrar a convocação dos 824 concursados, aprovados no concurso de 2006 da PM. O grupo também chamou a atenção para a situação da segurança pública do estado do Rio Grande do Norte que está abanonada pelo governo de Robinson Faria.
Os candidatos aprovados, são pais de família que estão na luta pela convocação para realização da última etapa do certame, que consiste no curso de formação (duração de aproximadamente 6-10 meses). Eles já passaram pelos testes físicos e esperam o governo autorizar o restante das fases.
Durante a campanha eleitoral do governador Robinson Faria, o grupo chegou a entregar um documento na qual o governador assinou e se comprometeu em prosseguir com o concurso. No entanto, já se passaram dois anos de gestão e o governo não dá respostas.
Os concursados cobram a promessa, com a assinatura do termo de um acordo de conciliação. Caso o Governo do Estado e Ministério Público não tenham interesse na conciliação, o processo deverá ser remetido a instância superior, o que levará mais tempo para resolução da causa e agravamento da situação da segurança pública.
O Rio Grande do Norte está na rancking de estados mais violentos do Brasil. Em 2017, a violência segue desenfreada. O número de homicídios em nosso estado já excede as 1780 vítimas. De acordo com o Observatório da Violência Letal Intencional (OBVIO), é o maior índice de violência já registrado na história do estado. A capital potiguar também está entre as mais violentas, sendo a 10ª cidade mais violenta do mundo.
Nós do Sindsaúde-RN nos solidarizamos aos concursados da PM que estão nessa luta há mais de dez anos. No entanto, acreditamos que a violência é um problema profundo, uma dura expressão do capitalismo selvagem imposto ao país.
Para acabar com a violência é preciso enfrentar a economia capitalista. Além disso, é necessário também mexer com a polícia, o que significa atacar diretamente o Estado. A violência é um subproduto da miséria. Não existe nenhuma maneira de acabar com os crimes em uma sociedade onde impera a desigualdade como no capitalismo. Enquanto não houver emprego e salário decente, educação pública, gratuita e de qualidade, a violência continuará crescente.