Nesta quinta-feira (20), cerca de 70 servidores participaram de uma palestra sobre assédio moral, com Iara Farias, enfermeira e especialista em Saúde do Trabalhador e com o coordenador jurídico do Sindsaúde, Oderley Rezende Santiago. As apresentações buscaram apresentar as principais evidências de assédio moral no trabalho e como ele está relacionado à sobrecarga de trabalho e falta de pessoal. O advogado do Sindsaúde apresentou a legislação atual sobre o assédio moral e a ausência de uma lei estadual sobre o tema.
Palestras semelhantes foram feitas na semana passada, em um seminário específico para os servidores de Natal.
Muitos servidores tomaram a palavra, relatando episódios de assédio e pressão das chefias e até mesmo de colegas de trabalho, o assédio horizontal. A humilhação repetida, por muito tempo, interfere diretamente na vida do trabalhador, com danos à saúde física e mental. Uma servidora do Walfredo Gurgel relatou como buscou ajuda em todos os órgãos possíveis (direção, etc), sem conseguir interromper a postura da chefia. Ao final, adoeceu e teve que se afastar, acumulando um prejuízo financeiro nesse período, com a perda da produtividade.
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Outra servidora denunciou a falta de condições de repouso no Hospital João Machado como um exemplo de assédio. “Eu já tive que deitar com tudo alagado. As pessoas descansam em uma cadeira”, contou. Outros servidores relataram situações semelhantes nas salas de repouso, quase todas com mofo e condições impróprias.
O uso de câmeras de segurança para vigiar o trabalho dos profissionais foi denunciado na reunião. Iara Farias condenou o uso. “Uma coisa é colocar câmeras para a segurança, controlar a entrada e a saída do hospital, a movimentação. Outra é ter uma câmera em cima da mesa de trabalho”, afirmou.
José Almeida, diretor do Sindsaúde, lembrou da luta dos servidores da Unicat contra o assédio moral, em gestões anteriores da unidade. “Me colocaram em uma sala com uma câmera em cima de mim me filmando o tempo todo. Eu tirei o meu computador e me mudei pra outro lugar”, afirmou. “Se a gente não reagir, o assediador cresce. O trabalhador tem que responder”, afirmou.
Ao final, o advogado do Sindsaúde se colocou a disposição para tirar dúvidas sobre os casos específicos e foi recomendado que as comissões de base tomem a luta contra o assédio moral em seus locais de trabalho.
Veja alguns exemplos que caracterizam o assédio moral