O Sindsaúde-RN realizou um Seminário “A saúde de quem trabalha na saúde: O assédio e as doenças do trabalho, no dia 14 de julho, no auditório do IFRN, da Cidade Alta. Com o auditório cheio, o seminário deu abertura da mesa às 09h, após o credenciamento, com a presença dos palestrantes: Alan Kardel, psicólogo, coordenador do núcleo da Saúde do Trabalhador do SUS (NTST) SMS; Geolimpia Jacinto, presidente do Conselho Municipal de Saúde, Coord. Itersetorial em Saúde do Trabalhador Natal; Iara Farias, enfermeira, especialista em Saúde do Trabalhador pelo Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos; Dr. Benedito Oderley, coordenador jurídico do Sindsaúde-RN e Maria Dalva Horácio, professora do programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UFRN.
A mesa iniciou com Alan Kardel, representante da Secretaria Municipal de Saúde. O coordenador do núcleo da Saúde do Trabalhador do SUS afirmou que reconhece que o impacto para a rede é limitado. “Estamos com uma proposta de reestruturação e que seja um trabalho continuado pelas próximas gestões”, disse, Kardel.
A palestra seguinte foi com Geolimpia Jacinto, que abordou a saúde do trabalhador como um direito Constitucional. “É preciso a gente conhecer um pouco sobre a organização do processo de trabalho para a gente defender a saúde”, afirmou.
Geolimpia, ainda denunciou o descaso da Secretaria Municipal de Saúde com as unidades de saúde. “Eu quero citar uma questão da Unidade de Felipe Camarão II. A situação que aqueles trabalhadores estão trabalhando lá é uma situação degradante. E a Planície das Mangueiras também. Lá está cheio de ratos, cheio de insetos, os funcionários estão sendo atendidos de sombrinha por causa das goteiras na unidade”, declarou Geolimpia Jacinto.
O Seminário também contou com a participação da assessoria jurídica do Sindsaúde-RN, com a presença do coordenador jurídico, Dr. Benedito Oderley. Ele reforçou a importância dos servidores denunciarem o assédio moral que sofrem nos locais de trabalho. “Se vocês tiverem conhecimento de um colega que adoeceu e está afastado e que a doença seja decorrente do trabalho, peça para ele ou ela procurar o sindicato para que o sindicato faça um levantamento dessa situação”, disse Dr. Oderley.
A palestra seguinte foi com Iara Farias, enfermeira e especialista em Saúde do Trabalhador. Para Iara Farias, muitos trabalhadores têm dúvidas do que caracteriza o assédio moral. Segundo ela é você ser “ofendido, menosprezado, inferiorizado, intimidado e constrangido pelo outro, isso é o que caracteriza uma ação do assédio”.
Iara afirmou que é muito importante implementar a política de saúde do trabalhador. “Hoje, infelizmente, é uma política que está muito distante da vida cotidiana dos trabalhadores. A gente precisa de fato tirar essa política do papel para conseguir mudar essa relação dentro do trabalho”, disse Iara Farias.
Após a pausa para o almoço a mesa retornou com a professora Maria Dalva Horácio, que apresentou os problemas enfrentados no Sistema Único de Saúde. “Se você não tiver igualdade no tratamento, salário igual para tarefas iguais, se você não tiver Plano de Carreira, Cargos e Salários como política de Estado, você não constrói o SUS. Então a gente olha para o trabalhador e olha para o SUS e na verdade o problema dos dois são exatamente os mesmos”, disse Dalva Horácio.
Após as apresentações dos palestrantes foi aberto falas aos servidores presentes, que puderam contribuir com o debate e propor iniciativas. O Seminário finalizou por volta das 16h.
Para a diretora do Sindsaúde-RN, Célia Dantas, o Seminário sobre a saúde do trabalhador foi muito importante em meio ao caos que a saúde se encontra e das condições de trabalho que são impostas aos trabalhadores. “O Seminário é uma importante iniciativa do Sindsaúde aos trabalhadores da saúde de Natal, que sofrem com carga de trabalho, com a falta de condições e com o assédio moral nas suas unidades. É fundamental debatermos esse tema para que os servidores compreendam que adoecer no local de trabalho é um problema do estado e existem responsáveis. Crescer esse debate na relação de trabalho dos servidores é importante para que eles se sintam fortalecidos e vejam que existe apoio”, disse Célia Dantas.
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