O dia 19 de agosto é lembrado como o Dia Nacional do Orgulho Lésbico. Nessa data, em 1983, aconteceu, em São Paulo, o primeiro ato protagonizado por lésbicas no Brasil. Há 33 anos, algumas corajosas mulheres, que contaram com o apoio de militantes feministas e do movimento homossexual brasileiro, ocuparam o Ferro’s Bar. Ele era tradicionalmente frequentado por essas mulheres, mas, dias antes, parte delas foi expulsa do local. Elas discursavam em defesa da liberdade e da igualdade de direitos, propagandeando o boletim, o “Chana com Chana”.
No dia 19, convocaram a imprensa e protestaram em frente ao bar. O Grupo de Ação Lésbico Feminista (Galf), denunciou amplamente a discriminação sofrida. A história do movimento lésbico e bissexual, tal como nossa realidade cotidiana, é de invisibilidade, mas também de uma história de lutas, resistência e ousadia.
No Brasil, desde sempre a homossexualidade e a travestilidade foram atacadas sob os interesses dos ricos e poderosos. Há registros de índias tupinambás, em 1576, que se comunicam como marido e mulher. Nessa tribo, existia a palavra “çacoaimbeguira” para falar das mulheres lésbicas. No dialeto africano yourumba, da Nigéria, tinha a palavra “aló” para o mesmo fim. Somente em 1894, o termo “lesbia” foi utilizado no vocabulário brasileiro.
O Brasil é campeão em assassinatos de LGBTs e também continua entre os dez primeiros países onde há mais feminicídio. Há muita luta para travar. Nesse sentido, o Sindsaúde/RN enquanto entidade que combate todas as formas de opressão, utiliza a data para reafirmar a luta contra a lesbofobia e a discriminação, destacando a importância da independência de classe para a conquista de direitos e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todas as mulheres lésbicas. A luta por direitos LGBTQIA+ é uma luta por direitos humanos. Que possamos construir um mundo onde todas as pessoas possam amar livremente e sem medo.