Na manhã do dia 15, Dia Nacional de Paralisações, mais de 100 servidores estaduais da saúde participaram de uma assembleia no auditório do Sindicato dos Bancários, que contou com palestras de Nazareno Godeiro, pelo Ilaese, e Marcleane Gomes, advogada previdenciária e integrante da Frente Potiguar em Defesa da Previdência.
A primeira palestra trouxe uma avaliação da conjuntura nacional, a partir do impacto da crise econômica mundial no Brasil e da dependência de nossa economia das grandes empresas internacionais. Nazareno destacou que essa é uma crise aguda, comparável a outras grandes crises do sistema capitalista e que provocaram mudanças na vida política do País. E destacou como todos os setores econômicos do País estão controlados por grupos estrangeiros.
“Temos 22 milhões de desempregados e estão querendo aprovar as reformas da Previdência, a Trabalhista. Querem fazer com que o trabalhador brasileiro não tenha direitos e custe menos para as empresas, como em países como a China”, afirmou.
Nazareno mostrou ainda um panorama das contas do estado, e de como a arrecadação vem crescendo no governo Robinson Faria, apesar da frustração de receitas. Ele falou da importância do dia 15 e da resistência dos trabalhadores e concluiu defendendo a realização de uma grande greve geral, com os trabalhadores ocupando Brasília, para impedir a votação da reforma.
Marcleane Gomes dedicou a sua apresentação aos efeitos da reforma da Previdência. Ela elogiou a cartilha da CSP-Conlutas, reproduzida pelo Sindsaúde, e pediu que todos abrissem a cartilha, para discutir os principais aspectos da PEC que está sendo discutida no Congresso Nacional.
Ela dedicou atenção especial ao impacto da reforma para as mulheres trabalhadoras da cidade e do campo. Criticou a igualdade no tempo mínimo para a aposentadoria, que não leva em consideração a dupla jornada, e criticou os ataques às pensões, mostrando que existem mais mulheres desempregadas do que os homens e que a expectativa de vida das mulheres é seis anos maior. “As mulheres têm menos condições de permanecer contribuindo do que o homem e muitas dependem da pensão. O governo está fazendo uma crueldade. Além de reduzir o valor para metade, ele limita o tempo. Ou seja, muitas mulheres perderão esse dinheiro no fim da vida, quando mais precisam”, criticou.
Ela criticou ainda a cobrança para os trabalhadores rurais, que afeta milhares de famílias que não terão como contribuir.
Após as palestras, foi aberto para o plenário, que discutiu ainda a luta contra o pacote do governador, que pretende aumentar a alíquota da Previdência, e a necessidade de uma luta unificada no estado. Foi aprovado um ato unificado na Assembleia Legislativa e uma nova assembleia estadual da categoria, precedida de reuniões nos hospitais.
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