Na manhã desta sexta-feira (10), os servidores da saúde de Ceará-Mirim cruzaram os braços contra o assédio que vem sofrendo por parte do prefeito Marconi Barreto (PSDB) e contra a retirada arbitrária da gratificação do plantão. Os servidores paralisaram os serviços e fizeram um protesto em frente ao hospital Percílio Alves.
Os servidores se concentraram no estacionamento do hospital com faixas e cartazes e com a voz. A categoria reivindicou mais condições de trabalho e mais uma vez, cobrou uma reunião com o prefeito. Na ocasião, os servidores foram surpreendidos pelo diretor do hospital constrangendo os servidores que estavam na mobilização e pedindo que saíssem do local. Sem argumento, o diretor insistiu que os manifestantes retirassem o carro de som e solicitou que a Guarda Municipal controlasse a entrada e saída dos servidores do hospital.
Mas, os servidores resistiram e ficaram no ato até o final. Após o protesto, a saúde se juntou aos professores que estavam em uma assembleia e as duas categorias se unificaram e realizaram um ato unificado. Os trabalhadores saíram em caminha em direção à prefeitura para denunciar os ataques do prefeito Marconi Barreto. Os professores reivindicam a mudança de nível e as 6h de trabalho conquistadas no Plano de Cargos da categoria. Mesmo com essa conquista, o prefeito está obrigando os professores a trabalharem 8h.
Durante o percurso, os servidores chamaram palavras e ordem e dialogaram com a população sobre o porquê de estarem nas ruas. Os manifestantes foram constantemente intimidados pela Setmad (Fiscalização Ambiental), ameaçando multar o carro de som do Sindsaúde, na tentativa clara de acabar com o movimento a mando do prefeito.
"O prefeito se cala e não responde à categoria, aí envia a fiscalização pra tentar calar a nossa voz. Vocês não vão calar a nossa voz!", disse José Almeida, diretor do Sindsaúde.
Os servidores também denunciam a forma que o prefeito administra o município de Ceará-Mirim e a maneira que contrata pessoas para cargos de confiança. "O secretário de Saúde de Ceará-Mirim é filho do diretor do hospital Percílio Alves, situação que se configura nepotismo. Enquanto a prefeitura diz que não tem dinhero para pagar as gratificações dos servidores da saúde, o prefeito paga cargos comissionados com relação pessoal de emprego", disse Almeida.
Leia a nota do Sindsaúde:
BARRETÃO, PRO ASSÉDIO DIZEMOS NÃO
Nós, servidores da saúde também iremos cruzar os braços e vamos paralisar, diante das condições de trabalho que estamos passando e do tratamento que o atual prefeito Marconi Barreto tem dado aos servidores da saúde. O prefeito tem visitado o hospital todos os dias e tem mostrado sua verdadeira face. Gritando e exigindo que mesmo com as condições precárias de atendimento à população, a nossa obrigação é atender sorrindo. O assédio moral é tão absurdo, que alguns servidores estão adoecendo e fazendo uso de medicação controlada. O prefeito quer tentar nos intimidar, mas não vamos aceitar. Assédio moral é crime! Trabalhamos com muito amor, mesmo com todas as condições de trabalho, que não são oferecidas por parte da prefeitura e dos governos. Mas nos obrigar a sorrir, enquanto a saúde está um caos, é um desrespeito.