“As cenas que vimos nos corredores deste hospital são como de uma guerra civil, como se estivéssemos no Vietnã ou no Afeganistão” assim descreveu a visita que fez ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel na manhã desta terça-feira o representante da comissão de direitos humanos na Federação Nacional dos Médicos, José Morissete. Ele foi acompanhado pelo representante do Conselho Federal de medicina, Aluísio Tibiriçá e dos representantes do Sindicato dos Médicos, Geraldo Ferreira e do Sindsaúde, Marcelo Melo.
A visita foi precedida de um Ato Público em frente ao hospital que contou com o apoio de dezenas de pessoas e entidades. Usuários e servidores protestaram aos gritos de “Não pago, não pagaria, saúde não é mercadoria” e “A copa não tem pressa, saúde é o que interessa”.
A imprensa pôde acompanhar a visita e registrar problemas há muito denunciados pelos profissionais: falta de equipamentos, de material, de medicamentos. No setor de reanimação faltava oxigênio. Em alguns setores dois pacientes dividiam um só monitor. Várias “gambiarras” para utilizar materiais quebrados.
A federação e o conselho deverão elaborar um documento que será entregue a órgão internacionais pedindo a intervenção federal na saúde pública do Rio Grande do Norte.
Após a visita o grupo foi recebido pela governadora Rosalba Ciarlini que tentou dizer que o problema era isolado no Walfredo Gurgel e causado pelo problema que está sendo enfrentado pela falta de médicos na capital (através da Coopmed). Segundo o relato do representante do Sindsaúde, Marcelo Melo, ela chegou a se emocionar ao pedir para que os conselhos não agissem de forma imediata relatando as medidas tomadas após o decreto de calamidade pública.