Na manhã desta quarta-feira (25), os sindicatos do município de Natal em greve unificada, convocaram uma Coletiva de Imprensa para informar sobre os próximos passos da greve, iniciada há mais de 70 dias, e os impasses no processo de negociação iniciado com a Prefeitura do Natal.
Além das pautas unificadas, os representantes dos sindicatos presentes (Sindsaúde, Sinsenat, Soern e SindGuarda), também puderam apresentar suas demandas e reivindicações específicas. A diretora do Sindsaúde-RN, Célia Dantas, lembrou que o Samu Metropolitano está em greve, mas que se hoje não estivesse, das nove ambulâncias, no máximo cinco estariam funcionando para atender a cidade de Natal. "O ambulâncias do Samu estão bastante precárias, apenas uma tem arcondicionado. Sabemos que os medicamentos precisam estar com o ambiente refrigerado, além de terem uma boa infraestrutura para atender os pacientes", disse Célia.
Os sindicatos também reagiram à ameaça do corte de ponto feita pelo prefeito Carlos Eduardo e afirmaram que a greve continua firme até que o prefeito sente para negociar e atenda as reivindicações.
Após a coletiva, os servidores se concentraram na Praça Tamandaré e saíram em caminhada em direção à prefeitura do Natal.
Confira as fotos:
COLETIVA DE IMPRENSA CONVOCADA PELOS SINDICATOS MUNICIPAIS EM GREVE UNIFICADA
Os servidores públicos municipais estão em greve unificada há mais de 70 dias. Um movimento legítimo, cuja principal motivação é o descumprimento da Lei Orgânica do Município, que determina o pagamento dos salários até o último dia útil de cada mês.
A previsão de recebimento é um direito dos servidores e um dever da gestão. No entanto, desde o início de 2016, a Prefeitura do Natal tem agido à revelia da legalidade, atrasando os salários. A atitude ilícita atinge milhares de famílias, muitas vezes com apenas esta fonte de renda para sobrevivência.
A Greve Unificada teve início em novembro do ano passado, após 11 meses de convívio com incertezas sobre as remunerações e somente após todas as tentativas de diálogo serem esgotadas. Mesmo assim, a gestão permaneceu sem iniciar qualquer tipo de negociação, deixando os servidores sem salários no Natal e ano novo, motivo pelo qual as categorias decidiram tomar outras atitudes, como as ocupações no Palácio Felipe Camarão e na Semad.
A disposição dos Sindicatos para o diálogo permanece a mesma, fato evidenciado quando, após as ocupações, houve a sinalização de uma reunião com representantes da Prefeitura e as Entidades decidiram aguardar uma semana, sem atividades de greve na rua.
Neste período, os líderes sindicais se empenharam em fazer este encontro acontecer. Intermediações foram feitas com a secretária de Planejamento e Finanças, Virgínia Ferreira, e com o secretário adjunto de Relações Sociais e Políticas, Julio Protásio.
Através deles, as Entidades foram informadas sobre a intenção da gestão em debater os pontos de pauta reivindicados: apresentação da data de pagamento para o mês de janeiro e a instalação de uma Mesa de Negociação permanente.
Porém, infelizmente, o governo foi irredutível em uma questão crucial: o ponto dos trabalhadores. Para ele, deve haver, sim, corte para servidores participantes da greve - a qual, é preciso lembrar: é legal e legítima.
Para os Sindicatos, a postura intransigente lança dúvidas sobre a real intenção da Prefeitura em chegar a uma solução. Afinal, o ponto foi negociado em todas as greves anteriores e não há motivos para ser diferente agora.
Diante disso, em assembleia unificada realizada ontem (24), os servidores das cinco bases sindicais decidiram continuar o movimento até que o abono de faltas também seja posto em negociação.
Uma nova agenda de atividades foi definida com atos públicos, sendo o primeiro nesta quarta, às 09h, da Praça Tamandaré até a sede da Prefeitura. Na quinta-feira (25), às 07h, está prevista uma ida à casa do prefeito Carlos Eduardo. E na terça-feira (31), uma nova assembleia unificada, às 09h, na sede do Sinsenat.
Todas as atividades de luta foram votadas e aprovadas por unanimidade. Entretanto, mostrando mais uma vez a abertura para o diálogo, as direções sindicais se dispuseram a suspender a agenda e antecipar a assembleia unificada a qualquer momento, caso a Prefeitura decida mudar seu posicionamento quanto às faltas.
A luta dos servidores municipais de Natal é por direitos e dignidade. Os Sindicatos reafirmam o desejo em negociar, porém, não aceitam que se punam com faltas os trabalhadores, já castigados com tantos atrasos salariais.
SINSENAT SINDSAÚDE SINDERN SINDGUARDAS SOERN