Os servidores municipais de Natal ocuparam o prédio da Secretaria Municipal de Administração (Semad), nesta terça-feira (10). A ocupação exige um calendário de pagamento, para acabar com os atrasos, a folha de pagamento detalhada, com valores e salários, entre outros pontos.
A ocupação tem início após dois meses de greve unificada contra atrasos constantes de salários, cujo momento mais crítico foi no Natal, e dias após o governo ter cogitado o saque de recursos da Previdência Municipal e demissões de servidores em estágio probatório.
Em vez de respeitar nossa luta por reivindicações básicas – salário em dia, emprego e possibilidade de aposentaria – o prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) declarou guerra aos servidores. Primeiro, cancelou uma audiência com os sindicatos, exigindo a suspensão da ocupação. Ao mesmo tempo, tentou jogar os servidores contra a ocupação, dizendo que os salários deixariam de ser pagos porque o prédio estava ocupado. A farsa não colou e pouco depois anunciou que o restante do pagamento da folha seria feito como programado.
Os ataques não pararam. O prefeito atacou a greve, chamando os sindicalistas e demais servidores em greve de “baderneiros desqualificados” e ameaçando entrar na Justiça para desocupar o prédio.
Repudiamos o ataque do prefeito Carlos Eduardo, que durante a campanha eleitoral, omitiu a situação das finanças do município, assim como agora não divulga com transparência a folha de pagamento, omitindo gastos e salários. Baderna, senhor prefeito, é não pagar os salários em dia, deixando milhares de pessoas sem a ceia de Natal. Baderna é mentir sobre as finanças, é descumprir diversas leis, como a da data-base e a das 30 horas, punindo os servidores. Baderna é não garantir dinheiro para a saúde e educação, enquanto paga altos salários, gasta com festas e publicidade e não cobra os devedores da prefeitura. Essa é a verdadeira baderna, que adoece os servidores e penaliza a população da cidade.
Não aceitamos ameaças, sejam as do prefeito ou do secretário de saúde, nem tentativas de criminalizar a luta dos trabalhadores. Exigimos a abertura imediata de negociações e o atendimento de nossas reivindicações.
Natal (RN), 11 de janeiro de 2017.
Sindicato dos Servidores em Saúde do RN (Sindsaúde-RN)
Filiado à CSP-Conlutas