Os servidores do Giselda Trigueiro, mas uma vez foram pra frente do hospital para protestar contra a crise que se instalou a ponto de fechar suas portas. O ato aconteceu nesta terça-feira (06), após o comunicado da direção do Giselda à população, declarando que o hospital não poderá realizar atendimento externo e internação, apenas irá manter o atendimento aos pacientes já internados.
Durante o protesto, muitos servidores fizeram falas indignadas pelo descaso do governo de não priorizar a saúde pública e deixar o principal hospital de doenças infecto-contagiosas e toxicológicas do RN fechar. Após o ato, cerca de 50 servidores saíram em caronas coletivas em direção à Governadoria, para uma reunião com a chefe do Gabinete Civil, Tatiana Mendes Cunha e o secretário de Saúde, George Antunes.
Na audiência nem todos os servidores puderam entrar, apenas uma comissão representada pelo Sindsaúde, a gestão do Giselda Trigueiro e alguns servidores. Na ocasião, foram relatados problemas enfrentados com a falta de higienização, déficit de profissionais, desabastecimento de medicamentos, segurança, alimentação e sem telefone.
A chefe do Gabinete declarou que “o governo está sem dinheiro para nada”, e que os servidores e a direção precisavam definir o que era mais emergencial.
Segundo a direção do hospital, há lixo comum acumulado com lixo infectado. De acordo com o diretor André Prudente, o estopim do fechamento do Giselda é a higienização e é o mais urgente.
“Para se ter uma ideia, na segunda (05), insetos entraram pelo tubo de um paciente, que recebia ajuda de aparelhos para respirar pela boca”.
De acordo com a direção do hospital, o índice de óbitos aumentou 75%, “de dez pacientes internados, sete morrem”.
Na reunião, Tatiana Cunha entrou em contato com a controladoria, onde o processo do contrato da empresa terceirizada para a higienização está travado. Ela cobrou que a controladoria desse o parecer para que o processo seja finalizado. Segundo o controlador, Alexandre Pinto Varella, iria fazer uma “tentativa” para dar um parecer na tarde desta terça (06).
Sobre o desabastecimento, o secretário George Antunes, afirmou que iria ainda nesta terça, com os fornecedores e o financeiro, no Giselda Trigueiro para resolver a situação do fornecimento dos medicamentos.
Segundo a gestora do setor da Farmácia, na noite desta de segunda (05), um paciente sangrou porque não tinha se quer um antitérmico.
Para a servidora do Giselda, a situação precisa ser resolvida, pois os servidores e pacientes precisam do hospital. “Gostaria muito que a situação fosse resolvida e não ficasse só na fala e no papel. Nós servidores queremos abrir as portas do Giselda, mas infelizmente não temos esse poder”, disse.