MOÇÃO DE REPÚDIO
À Presidência da Caixa Econômica Federal
Com cópia para a Gerência de Tecnologia (GITEC)
Vimos através desta expressar nosso repúdio ao processo de demissão do ativista sindical Juary Chagas, do Rio Grande do Norte, afastado de suas funções sem vencimentos no dia 18 de novembro.
Em nosso entendimento, o processo de demissão representa uma perseguição política, em virtude de sua atuação junto às lutas dos trabalhadores bancários, como ex-diretor e membro do Conselho Fiscal de seu sindicato e como integrante da executiva da central sindical CSP-Conlutas em seu estado. Esta perseguição iniciou após o processo de reestruturação do seu setor de trabalho, em 2011, quando este se recusou a ser transferido e prosseguiu, com assédio, esvaziamento de atividades e novas tentativas de transferência.
Reivindicamos da direção da Caixa Econômica Federal o arquivamento imediato do pedido de demissão, que inclusive foi feita enquanto o trabalhador ainda goza de estabilidade sindical, o retorno do pagamento do salário e benefícios e o fim do processo administrativo, marcado por premeditação e perseguição, somando-se a outros casos de perseguição política existentes no País.
Natal (RN), 30 de novembro de 2016
Assembleia unificada da greve dos servidores municipais de Natal (RN)
SINSENAT SINDSAÚDE SOERN SINDERN
SAIBA MAIS
CAIXA ECONÔMICA PERSEGUE E DEMITE JUARY CHAGAS
Na última sexta-feira, 18 de novembro, ao chegar ao trabalho, o bancário Juary Chagas foi comunicado de que teria até o final do dia para recolher objetos pessoais e se despedir dos colegas da agência na Ribeira, em Natal (RN). Após um processo disciplinar aberto, a Caixa decidiu suspender o trabalhador, sem pagamento de salário, e entrar na Justiça com o pedido de demissão por justa causa, alegando não cumprimento da jornada de trabalho. Todo o processo é parte de uma perseguição política por sua atuação política e sindical. A demissão só não foi concretizada porque o ativista tem direito a estabilidade no emprego até abril do próximo ano.
Ativista importante da categoria, Juary é integrante da Executiva da CSP-Conlutas do Rio Grande do Norte e foi diretor do Sindicato dos Bancários do RN até fevereiro deste ano, quando foi eleito com 1.567 votos para o Conselho Fiscal da entidade. Integra ainda o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB).
Juary é bancário há 12 anos, desde 2004. A perseguição política acentuou-se em 2011, quando o setor no qual trabalha, a Filial de Tecnologia, sofreu um esvaziamento fruto de uma reestruturação. Juary foi descomissionado e as atividades foram concentradas em Recife (PE). Juary conseguiu permanecer no seu local de trabalho com a prerrogativa de fazer parte do sindicato. Desde então, o assédio não parou e junto com a retirada de comissão, sofreu tentativa de transferência à revelia, retirada das atividades do setor, etc. Neste período, Juary não teve um registro funcional negativo e chegou a receber promoções por merecimento por duas vezes, fruto de avaliações de seus colegas de trabalho.
Em maio deste ano, o gerente de Tecnologia da Caixa em Recife, Murilo Alves, que acumula inúmeras denúncias de descomissionamento, assédio, monitoramento de empregados e perseguição, pediu abertura de processo administrativo contra Juary. A chefia se aproveitou do fato de ter retirado a maior parte das atividades do setor e do seu cotidiano trabalho político para, durante vários meses, monitorar a rotina de Juary através de câmeras do circuito interno, com o objetivo de fabricar provas de um suposto não cumprimento das obrigações de trabalho. Uma completa premeditação, como parte de um plano para alcançar a demissão e a meta inicial de apenas um funcionário no setor.