Na terça-feira (18), médicos, pacientes e servidores denunciaram a falta de intensivistas para completar a escala de plantão da UTI pediátrica do Hospital Walfredo Gurgel. A previsão era de que o atendimento fosse interrompido nesta sexta (28), último dia com a escala preenchida. Nesta semana, a Sesap conseguiu completar a escala dos dias restantes evitando a interrupção do atendimento em outubro. No entanto, o risco permanece para o mês seguinte.
Geyll Silva, mãe de uma paciente que veio transferida do Maria Alice Fernandes, alerta para a falta de alternativas para a população: "Cada hospital tem a sua especialidade. O atendimento no Maria Alice foi muito importante para a minha filha ficar estável, se o atendimento lá fechar as pessoas vão ficar sem ter pra onde ir. E a mesma coisa acontece se a UTI pediátrica do Walfredo Gurgel fechar".
De acordo com servidores, a dificuldade para fechar a escala do setor de pediatria nos hospitais é recorrente. A situação é resultado de aposentadorias, exonerações, licenças prêmios com fins de aposentadoria e a ausência de concurso público. O último ocorreu em 2010 e há três anos o governo estadual adia a realização de um novo concurso.
A situação não afeta apenas o Walfredo Gurgel. Há dois meses a UTI pediátrica do Maria Alice chegou a ficar fechada durante dois dias, o que motivou um protesto do Sindsaúde e de usuários. O problema foi solucionado, mas pode retornar com um possível deslocamento de médicos para garantir a escala do Walfredo, principal hospital do estado.