O Sindsaúde, e uma comissão de servidores do Walfredo Gurgel e Deoclécio Marques, fizeram uma peregrinação na manhã desta sexta-feira (26), em busca de respostas sobre a crise da alimentação na saúde do estado. O grupo foi até a Secretaria de Planejamento (Seplan), para obter informações do pagamento à Sesap. Na ocasião, o coordenador-geral do Sindsaúde, Manoel Egídio, conversou com o Chefe do gabinete, do secretário, Aguinaldo Brito e o responsável pelo setor de repasse de verbas, Valdemar Silva Filho. O secretário, Gustavo Nogueira não estava presente. Segundo Valdemar, os recursos para o pagamento já foi discutido com a Sesap.
Após a conversa, a peregrinação dos servidores foi em busca de mais detalhes na Sesap, com o coordenador de Orçamento e finanças da Sesap, Sidney Varela Ribeiro. Segundo o coordenador de orçamento, a solução para amenizar essa crise, ao menos de forma temporária, é a utilização da verba de combate à pobreza (fonte:105) para pagamento de fornecedores de alimentos. Serão remanejados R$ 1.572.778,75, para cobrir emergencialmente a dívida com as empresas.
No entanto, Ribeiro informou que a tramitação do processo pode levar alguns dias, pois passará pelos órgãos de controle. De acordo com o coordenador, a previsão de pagamento é para a próxima terça-feira (30). Ele ainda informou que o pagamento dos terceirizados da Safe seria pago nesta sexta-feira (26) e que a situação dos terceirizados da Garra estava judicializada e não poderia pagar, só após a decisão.
Na reunião, Manoel Egídio questionou se não tinha como conversar com os fornecedores e negociar a situação para que os servidores e acompanhantes não fiquem sem refeição neste final de semana. Mas, Ribeiro, encaminhou os servidores para conversar com a subcoordenação de Serviços Hospitalares, mas lá, informaram que não era papel deles de convencer as empresas que voltem a fornecer, sem uma garantia de que o dinheiro esteja na conta.
Para Manoel Egídio, a situação de crise não é só na alimentação, mas na saúde em geral, que assola o funcionamento dos hospitais. “Infelizmente o governo deixou chegar a um ponto em que os servidores e acompanhantes estão tirando do bolso para se alimentar, algo que deveria ser garantido pelo estado. Vigilantes em greve por não receberem há meses seus salários, terceirizados também em greve pelo mesmo motivo, paralisação dos serviços cirúrgicos de média e alta complexidade, porque os médicos também não receberam o que é de direito. Tudo isso, somado a falta de prioridade que o governo Robinson tem com a saúde. É lamentável que precisemos correr atrás de respostas para que esses problemas sejam resolvidos. Mais uma vez, são os trabalhadores que estão sendo penalizados pela crise”, disse.
Entenda
A Sesap está com dívida acumulada com pelo menos duas empresas que fornece alimentação ao hospital Walfredo Gurgel. Somente com a Mig Box Big Boi, empresa responsável que fornece carne em todos os hospitais do estado, a Sesap tem uma dívida de 694.405,72.
Na manhã desta quinta-feira (25), o maior hospital do Rio Grande do Norte estava praticamente desabastecido, o estoque de verdura e legumes estava zerado. Feijão e massas estavam no limite. Ou seja, até para os pacientes a alimentação está prestes a acabar. O fornecimento de alimentos se agravou na última semana quando a empresa que presta serviços parou de ir ao hospital. Desde abril as empresas não recebem o pagamento. Mas, não foi só no Walfredo que ocorreu esse episódio. Hospitais como Giselda Trigueiro, Santa Catarina Ruy Pereira, Maria Alice Fernandes e Deoclécio Marques, estão desabastecidos, garantindo apenas as refeições dos pacientes.
Nesta quinta (25), servidores e acompanhantes realizaram um ato com panelaço em frente ao Walfredo Gurgel para denunciar a irresponsabilidade e descaso da Sesap e do governo Robinson Faria.