A técnica de enfermagem do Samu, Ana D’avila Oliveira, foi brutalmente assassinada a facadas, na noite desta quarta-feira (10), em Santa Cruz, a pouco mais de 110 quilômetros de Natal. O principal suspeito, é seu ex companheiro, que teria invadido sua casa e cometido esse crime bárbaro. Ana D’avila ainda chegou a ser socorrida para o Hospital Regional Aluízio Bezerra, mas a gravidade das lesões impediu qualquer chance de sua vida ser salva. Segundo informações da polícia, a motivação do assassinato é que o ex-companheiro tentava reatar o relacionamento com Ana, mas ela não aceitava.
Infelizmente, Ana D’avila é mais mulher brutalmente assassinada, vítima da violência machista. Mas, esse caso que nos causa tanta dor e revolta, não foi uma exceção. Ela e tantas outras mulheres anônimas que se quer entram para os dados das estatísticas são esquecidas pela sociedade. Pois muito desses crimes acontecem dentro das suas próprias casas.
A cada 10 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil. O País das Olimpíadas é o 7º que mais mata mulheres por violência machista e o 71º em igualdade de gênero. A cada duas horas uma mulher é morta e cinco são espancadas. De acordo com o Mapa da Violência contra as Mulheres 2015, o Rio Grande do Norte é o 5º estado com mais registros de violência contra a mulher por mês.
Não podemos nos calar
É preciso exigir a prisão imediata do assassino. Mas não só isso. O governo precisa investir nas políticas públicas para acabar com esta triste realidade. A Lei Maria da Penha que completou 10 anos de existência foi uma importante vitória do movimento feminista brasileiro, que durante muito tempo lutou para que o Brasil reconhecesse o machismo e os seus crimes, assim como o dever do poder público de proteger as mulheres vítimas de violência. Mas, uma lei que não recebe investimento é insuficiente para garantir que casos como este não se repitam. Faltam casas abrigo para mulheres agredidas que dependam financeiramente do agressor e seus filhos. Faltam delegacias especializadas e centros de atendimento às vítimas de agressão machista. Defendemos 1% do PIB para combate à violência contra as mulheres, mais delegacias especializadas para as mulheres, DEANS abertas 24h, creche para que as mães possam deixar seus filhos, entre outras medidas de proteção às mulheres.
Enfim, muita luta ainda precisa ser travada para que não vejamos mais Anas morrendo todos os dias em nossa cidade e em nosso país. Nós do Movimento Mulheres em Luta nos solidarizamos com a família e amigos de Ana D’avila. A melhor forma de homenagear Ana D'avila é mantendo-se firme na luta contra o machismo, que mata milhares de mulheres todos os anos e ataca toda a classe trabalhadora.