Após uma longa espera, o concurso público para a saúde de Natal foi marcado por desorganização e denúncias. Diversas determinações do edital foram simplesmente descumpridas, colocando todo o processo em suspeição e chegando a anular as provas para o cargo de fisioterapeuta e médico mastologista, cujos candidatos demoraram a receber as provas (haviam apenas 25 para 120 candidatos) e estas foram entregues sem lacre.
Fotos do caderno de provas do cargo de enfermeiro estão circulando pelas redes sociais, o que seria impossível, já que o edital impedia que o candidato saísse com o caderno de provas do local, mesmo ao final da prova.
As fotos e vídeos demonstram a fragilidade na segurança das provas. Candidatos circulavam livremente fora da sala, mesmo após ter recebido o caderno; houve um caso de um celular tocando dentro de sala, já que não havia fiscalização suficiente nem detector de metais. Até sacolas para guardar celular faltaram e pessoas sem identificação atuavam na organização.
A desorganização - que permite fraudes - ocorreu mesmo após a empresa ter obtido uma arrecadação recorde neste concurso – R$ 1.626.005,00, pagos pelos quase 94 mil inscritos. Pelo contrato, o lucro é da empresa e não da Prefeitura.
Apesar de tantas denúncias, a Secretaria Municipal de Natal ainda não considera a anulação total das provas. O secretário chegou a afirmar que as denúncias partiriam de candidatos que não teriam atingido a nota de corte. O Sindsaúde considera extremamente graves as denúncias e o descumprimento do edital e cobra a investigação imediata.
“É uma completa irresponsabilidade não só com quem fez a prova, mas com a saúde pública de Natal, que precisa de novos servidores. Carlos Eduardo levou quatro anos para fazer o concurso e vai sair sem nomear um único servidor”, afirma Célia Dantas, do Sindsaúde-RN.