Na manhã desta segunda-feira (30), o Sindsaúde realizou um ato público na porta da recém-inaugurada Maternidade Arakem Irerê. O motivo do protesto são as condições de trabalho da maternidade que foi inaugurada sem estar totalmente finalizada. As servidoras denunciaram também o assédio moral da atual gestão.
A Maternidade Arakem Irerê foi inaugurada no dia 8 de março substituindo a Maternidade das Quintas, mas nem o elevador funciona direito, segundo as próprias servidoras, quebra todos os dias. Muitas vezes, as pacientes grávidas utilizam as escadas, pois é a única saída. Além disso, servidores que trabalhavam na recepção estão sendo substituídos por funcionários terceirizados da JMT.
Para Célia Dantas, do Sindsaúde, a prefeitura contrata uma empresa terceirizada para precarizar ainda mais o trabalhador. “Nós servidores da saúde recebemos muito mal, e enfrentamos péssimas condições de trabalho. No ano passado, o governo Dilma cortou R$ 15 bilhões da saúde, agora, com o governo Temer não vai ser diferente. Já está lançando novos ataques. Os governos cada vez mais querem privatizar a saúde, e a maternidade Arakem que só tem um pouco mais de dois meses de funcionamento, é um exemplo disso”, disse Célia.
O ato também foi construído em resposta ao prefeito Carlos Eduardo (PDT), que proibiu qualquer gasto a mais com a folha de pagamento, para evitar que ultrapasse o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ou seja, os servidores além de trabalharem em condições precárias, estão com os salários e gratificações congeladas.
“A Prefeitura deveria buscar outras formas de enfrentar o déficit, que não fosse penalizar o servidor”, disse Célia.
Após o protesto, um grupo de servidores foram até a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), para se reunir com o secretário de saúde, Luiz Roberto Fonseca, com a presença da Semad e a Sempla. O Sindsaúde foi em busca de respostas em relação à pauta de reivindicações dos servidores da saúde de Natal e municipalizados.
Após fazer uma breve explanação da pauta, o Sindsaúde fez questão de ressaltar que a crise colocada pelos governos é sempre jogada para os trabalhadores. “A categoria não recebe reajuste salarial há mais de dois anos, as gratificações estão congeladas, as mudanças de nível estão vencidas desde 2012 e ainda não estamos recebendo o salário dentro do mês. Essa crise não é nossa, mas somos nós que pagamos, isso não é justo”, disse Célia.
Mais uma vez, o secretário reforçou o que o prefeito tinha dito, que não tem dinheiro para novas despesas com a folha. Nem a data do pagamento foi divulgada.
O Sindsaúde saiu com alguns encaminhamentos, em relação à insalubridade, o quinquênio, o desvio de função de alguns servidores e a substituição dos servidores que trabalhavam na recepção da Maternidade Arakem.
A secretaria ficou de relacionar as unidades e as funções para agilizar no que diz respeito à insalubridade; será feito também um levantamento do quinquênio dos servidores – aqueles que completaram cinco anos, para ser implantado e os servidores que não receberam a atualização, seja atualizado -; será feito também um levantamento dos servidores que têm desvio de função e o sindicato ficou de passar a secretaria, um levantamento com os servidores que trabalham na recepção, que estão sendo substituídos por uma empresa terceirizada.
O próximo ato público está marcado para o dia 8 de junho, no Centro Clínico Asa Norte, na Av. Dr João Medeiros, na Zona Norte de Natal.