Nesta segunda-feira (09), o Corredômetro RN contabilizou 100 pacientes recebendo atendimento em macas no Hospital Walfredo Gurgel, sendo 62 diretamente nos corredores. É a primeira vez que o hospital atinge essa quantidade durante o governo Robinson Faria, que retoma, desta forma, índices semelhantes ao do governo anterior. Nesta segunda, devido à superlotação, haviam cinco ambulâncias da SAMU retidas na entrada do pronto-socorro, aguardando o retorno das macas.
A quantidade total de pacientes em macas nos quatro maiores hospitais do RN é a segunda maior desde o início do Corredômetro, em junho de 2015. O número chega à 188 pessoas em macas, um a menos do que o recorde anterior, na semana passada.
No Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, mesmo com a inauguração de 36 novos leitos há duas semanas, 39 pessoas continuam em macas.
Corredômetro: Direito à informação, voz para quem está nos corredoresNa semana passada, o Sindsaúde recebeu uma notificação do Ministério Público, para que se pronuncie a respeito de um ofício enviado pela direção do Hospital Walfredo Gurgel. No texto, a direção denuncia o Sindsaúde por estar incentivando, através do Corredômetro, pacientes e acompanhantes a enviarem fotos e vídeos, por meio do Whatsapp, com denúncias de superlotação e da situação a que são submetidos nos corredores lotados. E chega a questionar se o sindicato estaria cometendo uma ilegalidade.
"Um grupo de integrantes deste sindicato distribuiu um material promocional (em forma de mini relatório), anexo, o qual incentiva pacientes e acompanhantes que gravem vídeos e enviem para um número de celular (99984-0152) cadastrado no aplicativo Whatsapp. Isso é legal?", diz o oficio enviado pela diretoria do Hospital.
O Sindsaúde considera uma tentativa de coibir a livre manifestação dos usuários do SUS. "Os celulares hoje são armas na mão das pessoas contra os governos, as arbitrariedades e para fazer valer seus direitos. O que o Sindsaúde faz é oferecer um número de whatsapp para que as pessoas enviem seus vídeos e fotos. Qual o crime nisso?", questiona Manoel Egídio Jr, coordenador-geral do Sindsaúde-RN. "A direção do hospital deveria era colocar wi-fi para que os acompanhantes possam se comunicar com seus parentes e se quiserem, fazer denúncias, gritar por socorro", completa.
O sindicato enxerga ainda o gesto como um atentado ao direito à informação, visto que muitas vezes a imprensa não consegue acesso aos corredores dos hospitais. O sindicato irá responder ao pedido de informações do Ministério Público Estadual, feito através da notificação nº 19205.2016.
Link para o relatório do Corredômetro, denunciado pela direção do HWG
https://issuu.com/sindsaude-rn/docs/relatorio_corredometro_nov2015_web