Poucos dias antes do espetáculo dos deputados votando o impeachment na Câmara, os servidores da saúde se reuniram e aprovaram uma posição política sobre a crise. A decisão fez parte de um processo de discussão iniciado ainda em março, quando a diretoria do Sindsaúde aprovou a posição do Fora Todos, mas preferiu levar a discussão para os locais de trabalho, de forma democrática e publicar um jornal especial – uma tribuna de debates – com as diferentes opiniões sobre a crise que existem em nossa categoria.
Após esta distribuição nos hospitais e unidades de saúde, na tarde do dia 14/04, foi realizada a assembleia, que discutiu e aprovar a posição da categoria. As quatro opiniões foram colocadas em votação e a maioria dos presentes votou pela defesa da Tese 1 da Tribuna de Debates, pelo ‘Fora Todos!’, defendida por Simone Dutra, vice-coordenadora geral do Sindsaúde-RN. A segunda tese votada foi a que defendia o governo, com 8 votos, defendida por Edneudo José, de Pau dos Ferros. As outras duas teses (2, do GOSS, e 3, da CPS) tiveram um voto cada.
A assembleia, realizada no mesmo dia que o ato público contra o PLP 257, reuniu cerca de 50 servidores. Poderia ter tido mais, cerca de 80 pessoas, caso a Regional do Seridó não tivesse antecipado o retorno da delegação. A direção do Sindsaúde criticou a ausência deliberada do grupo de oposição (GOSS), autor da tese 2, que simplesmente não compareceu ao debate. “Lamentamos que não estejam aqui, que tenham decidido boicotar essa discussão. Ao contrário de outras categorias, cujas direções do sindicato estão defendendo Dilma e dizem que esta é a posição de sua base, o Sindsaúde não apresentou diretamente o Fora Todos, mas buscou construir um debate democrático, respeitando todas as opiniões em um jornal. Agora, na hora de decidir, os companheiros não aparecem?”, questionou José Nogueira, servidor do Walfredo Gurgel e diretor de Comunicação do Sindsaúde-RN.
O Sindsaúde irá publicar a posição para a categoria e dar continuidade a busca de uma alternativa dos trabalhadores, a partir do ato unificado do 1 de maio em São Paulo e da defesa de uma greve geral, para colocar todos para fora e garantir novas eleições e para impedir o ajuste fiscal e as reformas.
A assembleia também aprovou por unanimidade uma moção em repúdio ao vereador Luiz Almir, após este ter chamado os professores de “bestas” e comparado a cachorros, em sessão da Câmara dos Vereadores.
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