Na manhã desta segunda-feira (29), o Sindsaúde-RN, em conjunto com o sindicato dos vigilantes (Sindsegur) realizaram um ato público em frente ao hospital Maria Alice Fernandes, para exigir segurança aos servidores e usuários. Servidores, mães e pais e moradores da região, participaram do ato que denunciou a insegurança e a onda de assaltos que o hospital vem sofrendo.
Para o servidor do Maria Alice, Edgar Aurino, o governador não tem feito o que prometeu na campanha eleitoral. E complementou que a solução para a violência não é apenas colocar mais policiamento nas ruas. “O governador Robinson disse que seria o melhor governador da segurança, mas as ondas de crimes assolam nosso estado (...). Só no governo Robinson, o hospital foi alvo duas vezes de ações criminosas e ele não moveu uma palha para resolver o problema. Segurança não se faz com repressão policial. O que nós precisamos é de saúde de qualidade e educação de qualidade, para que nossos jovens não trilhem o caminho da criminalidade”, disse o servidor.
A moradora Maria da Cui que saiu de sua casa para participar do ato, se solidarizou com a luta dos servidores do hospital. “Sou moradora do bairro, tenho plano de saúde e não preciso do serviço público, mas estou aqui apoiando a luta de vocês, porque acho necessário exigir segurança, não só no hospital, mas também nas ruas. (...) Porque os assaltantes não vão roubar a casa do governador? É aonde merece eles irem, tirar de quem tem e não de pessoas que conquistaram as coisas com muito sofrimento. Tem jeito? Tem, mas e preciso investir na educação”.
Não é de hoje que a situação ocorre. Segundo os próprios servidores e vigilantes, os casos de insegurança no hospital infantil são recorrentes. Antes deste último assalto do dia 23, houve outro em julho de 2015, também com troca de tiros. Essa situação vem deixando os servidores e os acompanhantes, na maioria pais das das crianças, com medo.
Para a diretora do Sindsaúde-RN, Rosália Fernandes, a saúde vive em um caos porque não existe prioridade dos governos. “Eles dizem que não existe dinheiro para investir na saúde, que não existe dinheiro para investir na segurança, nas escolas, nos transportes e nas moradias. Mas o que a nós presenciamos é a corrupção. Corrupção do Idema que milhões sairam dos cofres do governo para enriquecer os empresários que financiam as campanhas dos políticos. E o que nós vemos agora é o escândalo da Assembleia Legislativa que envolve ex Presidente da Assembleia, que envolve o desembargador do Tribunal da Justiça. É por isso que não tem dinheiro pra saúde, é por isso que não tem papel toalha, não existe sabão, medicamentos... é por isso que atrasam os salários dos terceirizados. E o dever de dar um basta nisso não são dos políticos e as eleições, somos nós, trabalhadores organizados, nos sindicatos, nos bairros e nos locais de trabalho que podemos dar um basta nisso”, disse Rosália.
Sem muro, iluminação suficiente na área externa e guarita, sem câmeras de segurança, os servidores e usuários estão na mira de assaltos. Após o ato público, se formou uma comissão para conversar com a direção do hospital e solicitar uma reunião ainda esta semana, como a direção e a secretaria de Saúde. O sindsaúde elaborou um oficio para encaminhar à secretaria. A ideia da reunião é fazer com que a direção e a Sesap escutem as reivindicações dos servidores, pais e mães.