Cerca de 40 mulheres de diversas organizações estiveram reunidas nesta terça-feira (23), no DCE da UFRN, para discutir a necessidade de se construir um ato público do 8 de março em unidade.
A reunião discutiu o caráter do ato e definiu o trajeto, as comissões e a estrutura para o dia da mobilização. A maioria das mulheres reafirmaram a importância de se destacar a crise econômica como um dos maiores ataques à seus direitos. O ajuste fiscal do governo Dilma retira direitos como seguro-desemprego, pensão por morte, auxílio-doença, entre outros. Além disso, foi discutido a brutal violência contra as mulheres, a legalização do aborto, os casos de Zika e Microcefalia, a reforma da previdência, o conservadorismo do Congresso Nacional e o retrocesso da retirada dos termos "gênero" e "orientação sexual" do Plano Nacional da Educação.
A reunião contou com a presença de duas diretoras do Sindsaúde-RN, Rosália Fernandes e Kely Jane, o Movimento Mulheres em Luta, Marcha Mundial de Mulheres, Levante da Juventude Popular, Juventude às Ruas, LSR, PT, Consulta Popular, Sintest, Anel e CSP-Conlutas.
Segundo Rosália, desde 2007 não há atos unificados de mulheres no 8 de março em Natal, por isso a necessidade de se construir um ato classista em unidade é muito importante. “Faz muito tempo que não fazemos atos em unidade, acho que o momento de crise econômica, coloca a necessidade de realizar um ato forte, com unidade e com um caráter classista. Nós mulheres, somos as mais atingidas com a crise, somos nós que estamos nos piores empregos. O ajuste fiscal do governo vem aprofundando isso, quando retira nossos diretos que foram conquistados com muito suor e sangue derramado. É por isso que nessa data, precisamos lutar contra a violência às mulheres, mas também, contra os ataques do governo Dilma, que apesar de ser uma mulher, preferiu escolher o lado dos ricos e dos patrões e não o lado das mulheres trabalhadoras”, disse Rosália.
Diferente do que a mídia coloca sobre essa data, o 8 de março resgata em sua história a luta das mulheres por melhores condições de trabalho, pela redução da jornada de trabalho, salário igual para trabalho igual, contra a intolerância dos patrões e o direito ao voto. É uma data de resistência e luta das mulheres contra o machismo, e que já faz parte do calendário do movimento feminista todos os anos.
Para fortalecer a luta das mulheres contra os ataques do governo, é necessário unir os trabalhadores na luta contra o machismo e a exploração. Lutar contra o ajuste fiscal, exigir creches públicas, gratuitas e de qualidade, pela legalização do aborto e por 1% do PIB para o combate à violência.
Foi definido que o ato será no dia 8 de março, terça-feira, com a concentração na Prefeitura, às 13h. O percurso sairá da prefeitura, passará pela Sesap e finalizará em frente à Câmara dos vereadores. Na segunda (29), às 17h, no IFRN da Cidade Alta, haverá mais uma reunião preparatória para os últimos detalhes do ato.