Nesta quarta-feira (17), a Câmara Municipal de Natal aprovou, na sessão desta quarta-feira (17), uma emenda coletiva, com a assinatura de 16 vereadores, que retirou as expressões "gênero" e "orientação sexual" das estratégias do Plano Municipal de Educação (PME). A emenda foi aprovada com 18 votos favoráveis, 7 contrários e 1 abstenção. A votação foi acompanhada pelo movimento LGBT, do movimento de mulheres e instituições religiosas.
A vereadora Amanda Gurgel (PSTU) foi uma das que votou contra esta mudança e defendeu a manutenção do texto original para que o plano pudesse combater a evasão escolar motivada pela discriminação machista e homofóbica.
Para a vereadora, esta política é um retrocesso pedagógico e uma ignorância ao não entender do assunto e achar que gênero é uma ideologia. “A identidade de gênero independentemente de qualquer processo legislativo, independentemente de qualquer mobilização social, ela existe, sempre existiu e vai continuar existindo. Não existe nesse debate que estamos fazendo, nenhuma criação de ideologia não, isso é uma mentira, não existe ideologia de gênero, de gênero existe identidade masculina e identidade feminina, além disso, o que existe são relações que estão estabelecidas nessa sociedade que são reproduzidas em todos os lugares, sabe que ideologia é essa? O nome dessa ideologia é machismo!”
O argumento que a maioria dos vereadores que votaram pela mudança é que a “ideologia de gênero” ameaça a família brasileira. Com a ideia de que as crianças nascem neutras e com o aprendizado e as relações sociais podem escolher o seu gênero. No entanto, para o movimento, ideologia de gênero não existe. A identidade acontece de forma natural nas crianças e que vai se desenvolvendo ao longo do seu amadurecimento.
O Brasil é campeão mundial de violência contra LGBTs, sendo muitos dos casos ocorrendo dentro do próprio ambiente escolar. A discussão de gênero nas escolas é fundamental para reverter esse quadro. Longe de ameaçar famílias, ela promove a aceitação da diversidade na família.