A situação no hospital Giselda Trigueiro se agrava a cada dia. Os servidores da unidade ficaram uma semana sem alimentação, o motivo é a greve dos terceirizados que completa nesta quarta-feira (27), 11 dias. Os terceirizados que prestam serviços nos hospitais do estado do RN estão com os salários atrasados, férias e a segunda parcela do 13º que deveria ser pago no dia 22 de janeiro de 2016. Além disso, estão ainda com o vale alimentação e retroativo de gratificações atrasados.
A greve atinge serviços de limpeza, higienização, maqueiros e alimentação nos hospitais da região metropolitana, com trabalhadores da empresa Safe e JMT. Os vigilantes também estão em greve há 17 dias. Nesta terça (26), a empresa Garra, responsável pelo serviço de segurança, pagou o salário atrasado de dezembro e as férias, mas não pagou o 13º salário e, por isso, os vigilantes permanecem em greve.
A questão é que os terceirizados do setor de nutrição, limpeza e higienização do hospital Giselda Trigueiro são todos contratados pela empresa Safe. E por isso, o hospital se encontra praticamente sem esses serviços. Os 30% dos terceirizados que estão trabalhando, não supre a demanda do hospital.
Para os servidores e pacientes não ficarem sem alimentação, a chefe da divisão do serviço de nutrição e dietética, fez uma escala com servidores que já trabalharam no setor de nutrição para que cumprissem suas escalas neste setor até o dia 31 de janeiro.
Para Rosália Fernandes, do Sindsaúde, isso significa amenizar o caos que já está instalado. “Não é papel e tarefa dos funcionários estarem “contribuindo” para sustentar a irresponsabilidade e o descaso do governo com os trabalhadores da saúde e com a população", disse Rosália.
No entanto, os terceirizados do Giselda Trigueiro estão cumprindo aviso prévio. O contrato da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) com a Safe venceu em 2014, pois o contrato previa apenas cinco anos. Diante disso, a Sesap fez dois contratos emergenciais, mas o último contrato venceu em dezembro de 2015 e a secretaria não encaminhou a licitação e não quer renovar o contrato.
Sem os terceirizados, o hospital Giselda Trigueiro pode ficar sem os serviços necessários para manter seu funcionando a partir de fevereiro.
"É dever do governo garantir os salários e todos os direitos dos trabalhadores. A Sesap também deve se posicionar em relação ao contrato dos terceirizados, para que nem os trabalhadores e nem o hospital sejam prejudicados", afirma Rosália.
Na próxima segunda-feira (1), o Sindsaúde realizará um ato com os servidores para denunciar as condições de trabalho e o descaso do governo com os trabalhadores.