A justiça notificou no último sábado (26), que os terceirizados em greve trabalhem com 70% do pessoal. Um oficial de justiça esteve no Hospital Walfredo Gurgel com a decisão do Tribunal de Justiça (TJ). A greve iniciou no dia 12 de dezembro com os terceirizados que prestam serviço nos hospitais do estado como Ruy Pereira, Santa Catarina, Hemonorte, CRI, UNICAT, Walfredo Gurgel, Maria Alice e João Machado. A greve atinge serviços de limpeza e alimentação nos hospitais da região metropolitana, com servidores da empresa Safe. Diante dos constantes atrasos, a categoria deflagrou greve sem previsão para acabar.
Os trabalhadores além dos salários atrasados estão ainda com o vale alimentação, férias, retroativo de gratificação e ainda a segunda parcela do 13º salário que deverá ser pago dia 22 de janeiro de 2016. Segundo a empresa Safe, a Sesap não efetuou todo o repasse financeiro para a mesma e por isso não teve como pagar todos os funcionários.
Segundo o diretor do Sipern, Domingos Ferreira, somente os funcionários do Walfredo Gurgel, Maria Alice e João Machado foram pagos.
A categoria se reuniu na manhã desta segunda-feira (28), no Walfredo Gurgel, para avaliar a determinação da Justiça e decidiu continuar a greve, no entanto, irá cumprir com os 70% do pessoal trabalhando. “A crise chegou com força no País e muitos trabalhadores estão com medo e ameaçados de perder seus empregos. A terceirização faz avançar a precarização e a primeira coisa que as empresas e governos fazem diante da crise econômica é atacar os trabalhadores, com demissões e o não cumprindo com obrigações básicas das relações contratuais, como pagamento em dia”, disse Manoel Egídio, diretor do Sindsaúde-RN.
O Sindsaúde apóia a greve dos terceirizados em defesa de seus salários e direitos e condena a medida arbitrária da justiça de determinar que em uma greve 70% dos trabalhadores estejam em serviço. A greve é um direito do servidor, a lei aplica o percentual de 30% (trinta por cento) de servidores no exercício das atividades, estabelecendo-se, para tanto, sistema de rodízio entre os grevistas. “É um absurdo que a justiça determine que 70% dos terceirizados estejam trabalhando, enquanto muitos não receberam se quer o 13º e os salários. Exigimos o pagamento imediato aos trabalhadores terceirizados. Sempre acompanhamos a luta dos terceirizados e apoiamos a greve em defesa dos seus dirietos”, afirmou Egídio.