A Clínica Médica do hospital Deoclécio Marques, de Parnamirim-RN está prestes a ser fechada. O motivo é a ausência de médicos da Coopmed que estão com salários atrasados há três meses. Sem médicos suficientes para atender a população, o atendimento para o público externo foi suspenso nessa terça-feira (02). Só os pacientes internados estão sendo atendidos por um médico escalado para não prejudicar o atendimento. Caso a situação continue, o atendimento geral de todo o pronto-socorro poderá ser suspenso. Para Egídio, diretor do Sindsaúde-RN, aúnica alternativa que os pacientes encontram é ir ao Walfredo Gurgel, que também está com a situação dramática.
Segundo Ângela Maria, técnica de enfermagem do Walfredo e diretora do Sindsaúde-RN, os corredores do maior hospital do estado estão lotados. “Na quarta (02), dia em que o atendimento ao público foi suspenso no Deoclécio Marques, não tinha mais macas para receber os pacientes, haviam três ambulâncias paradas no Pronto-socorro”, disse Ângela.
Ainda, foi informado que faltam 58 tipos de medicamentos e materiais no Walfredo Gurgel. Não estão disponíveis desde itens básicos, como luva de procedimento e agulhas até medicamentos como soro fisiológico, collagenase, sulfadiazina, pomadas usadas em tratamento de queimados, glicose hipertônica, vitamina K (anti-hemorrágico), azitromicina, entre outros medicamentos que compõe a lista.
Com a falta dos medicamentos e insumos, os pacientes da ortopedia que precisam trocar os curativos e receber medicações não estão podendo sair.
Para Ângela Maria, a situação da saúde está cada vez mais grave. “Cotidianamente acompanhantes saem para comprar medicamentos que faltam, obrigação que deveria ser do governo. Dessa vez, falta até luvas para trabalharmos, como querem que façamos um atendimento de qualidade se nem condições os servidores têm? A nossa equipe está sobrecarregada, temos uma demanda muito grande, pois existe um déficit de profissionais”, disse Ângela.
Nesta última segunda-feira (30), realizamos a 24° contagem do Corredômetro-RN nos quatro principais hospitais do estado. Foram registrado 153 pacientes recebendo atendimento em macas nos corredores e em outros locais. O hospital Deoclécio Marques identificou 25 pacientes, sendo 7 nos corredores e 18 em outros locais. A média do hospital é 43 pacientes, a queda brusca desta semana pode estar relacionada à suspensão do atendimento da clínica médica.