Estamos vivendo um forte processo de ataques à classe trabalhadora, em especial os setores oprimidos da sociedade, como as mulheres. Por um lado ataques aos direitos trabalhistas com o ajuste fiscal implementado pelo governo Dilma (PT), por outro, o conservadorismo que ameaça os direitos democráticos que as mulheres conquistaram com muita luta. Setores atrasados trazem debates como a redução da maioridade penal, o PL 5069 e o estatuto da família. Retrocesso dirigido pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.
Diante disso, a classe trabalhadora também vem reagindo contra os ataques, exemplo mais recente é a greve dos petroleiros, a maior greve dos últimos 20 anos. Fazia tempo que não existia uma greve com tanto peso e força.
A aprovação do PL 5069/13, que restringe a distribuição gratuita da pílula do dia seguinte e dificulta o acesso ao aborto legal para as mulheres vítimas de estupros, também potencializou a insatisfação dos trabalhadores, mulheres, negros e os LGBT’s contra Eduardo Cunha (PMDB). A partir daí, as mulheres protagonizaram diversos atos em todo o país.
Com referência a semana da consciência negra e ao dia 25 de novembro, dia internacional de combate à violência contra as mulheres. No dia 26 de novembro (quinta-feira), ocorrerá um ato aqui em Natal, organizado por setores de esquerda como: PSTU, PSOL, MML, ANEL, Juntos, mas também terá a adesão de alguns setores governistas. No entanto, o ato não perderá o caráter e além de ser contra o PL 5069 e pelo Fora Cunha, a manifestação será contra o Ajuste Fiscal do governo federal. O ato também terá um recorte da situação das mulheres negras diante dos altos índices de violência contra as mulheres. Há pouco tempo foi publicado o Mapa da Violência 2015 onde o Brasil que era o 7º lugar no ranking de feminicídios subiu para o 5º lugar, isso por que o governo investe menos de 26 centavos por ano por mulher em políticas públicas de combate à violência contra as mulheres.
Ainda segundo o levantamento a taxa de agressão a mulheres no RN é a maior do Brasil. O número representa 6,2% da população feminina potiguar. O Mapa da Violência também mostra os altos indicadores de homicídios femininos no RNe no Brasil. Em 2013, 13 mulheres foram mortas por dia no país, em média, um total de 4.762 homicídios. Em relação às mulheres negras, os números são alarmantes. Houve um aumento de assassinato contra mulheres negras de 16 para 59, acréscimo de 268,8%, o 3º maior do país.
Em Natal, já houve um ato no dia 13 de novembro, mas com outro caráter. O que existiu foi um ato organizado pela “Frente Brasil Popular” que é construída por setores governistas e faz parte de um movimento nacional idealizado por Lula e outras lideranças para tentar blindar o Governo Dilma e o PT.
Nesse momento a unidade entre os movimentos sociais para derrubar todos os ajustes fiscais e os ataques aos direitos democráticos é muito importante, mas avaliamos que essa frente não cumpre esse papel justamente por tentar preservar o governo federal que lança ataques em cima de ataques à classe trabalhadora. A luta deve ser contra a direita, mas também contra o governo que nos atacar.
Por isso, o Sindsaúde faz um chamado à todas e todos que se indignam com a políticas representada pelo Cunha e pelo governo Dilma. É necessário unir diversos setores para fortalecer o dia 26 de novembro. A concentração será às 15h na Praça Cívica.
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