Até esta sexta-feira (13), os terceirizados que prestam serviço nos hospitais do estado, como Walfredo Gurgel, Santa Catarina, Giselda Trigueiro, CRI, Ruy Pereira e Hemonorte, estão sem receber o salário e vale alimentação. Diante dos constantes atrasos, a categoria deflagrou greve nesta quarta-feira (11), para exigir o pagamento. Na manhã desta sexta (13), os terceirizados realizaram uma paralisação em frente ao hospital Walfredo Gurgel.
Servidores também denunciam atrasos frequentes e férias não pagas. Segundo um servidor terceirizado que presta serviço para o hospital Ruy Pereira, o atraso dos salários já é uma frequência. “Era para recebermos todo quinto dia útil, mas hoje já são 13, e aí como fica um pai de família que tem contas pra pagar?”, afirmou.
A greve atinge serviços de limpeza e alimentação nos hospitais da região metropolitana, com servidores da empresa Safe. No ano passado os trabalhadores terceirizados da saúde realizaram uma greve em dezembro que durou mais de 20 dias, para garantir o pagamento dos salários e do 13º salário. Em janeiro deste ano a categoria também entrou em greve pelo mesmo motivo, salários atrasados. Em janeiro, em uma audiência na Sesap com o novo secretário de Saúde, Ricardo Lagreca e o governador Robinson Faria, o Sindsaúde cobrou uma resposta pelos constantes atrasos. Na época, o secretário de Saúde disse que o atraso era resultado das dívidas do governo Rosalba Ciarlini com a saúde, de quase R$ 90 milhões. Além da dívida com as empresas terceirizadas, a alimentação em alguns hospitais também ficou suspensa na época devido a falta de gêneros alimentícios, por dívidas com os fornecedores.
Na audiência, o governador Robinson Faria que tinha acabado de assumir o governo do estado, prometeu repassar parte das dívidas com as terceirizadas e regularizar os atrasos nos salários. Porém, não é o que vem acontecendo. Dew lá pra cá, os terceirizados continuam com salários e vale alimentação atrasados, o 1/3 de férias (referente às férias do ano passado) também ainda não receberam.
“Eu fico muito triste em ver que mais uma vez, o governo só promete. Eles só sabem enganar o trabalhador, pois sabem que o emprego está difícil e nós precisamos de sustentar nossas famílias. As contas estão chegando lá em casa, e eles não querem saber se eu recebi o salário ou não”, desabafou um terceirizado.
Na próxima terça-feira (17), a categoria marcou uma atividade da greve com ato público. Segundo o presidente do Sipern, Domingos Ferreira, ainda não está definido o local da atividade, mas a ideia é fazer em frente à Sesap ou em frente à empresa Safe. “Enquanto não sair os salários, os terceirizados continuarão em greve”, disse Domingos.
O Sindsaúde apoia a paralisação dos terceirizados em defesa de seus salários e direitos e exige o pagamento imediato aos trabalhadores. “É um absurdo o atraso nos pagamentos. Além dos trabalhadores terceirizados sofrerem com a perda de direitos, rebaixamento salarial, assédio moral, aumento de doenças e o enfraquecimento da organização sindical, ainda sofrem com salários atrasados. Todo mês os trabalhadores passam por isso, enquanto o secretário de saúde e o governador tem seus salários grandiosos garantidos. Assim como a empresa, a Sesap e o governo têm responsabilidade sobre estes trabalhadores e devem garantir que não sejam prejudicados”, afirma Manoel Egídio, diretor do Sindsaúde.