O Diário Oficial do Estado do dia 24 de setembro trouxe a regulamentação da pensão vitalícia aos ex-governadores do Rio Grande do Norte José Agripino Maia e Lavoisier Maia Sobrinho. O valor da pensão é igual aos vencimentos do cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, de R$ 30.471,11.
É inadmissível que o governador Robinson Faria (PSD) regulamente esse escândalo chamado pensão vitalícia para ex-governadores. Enquanto o governo gasta dinheiro público com as elites do Rio Grande do Norte, pacientes são jogados em macas nos corredores dos hospitais, faltam medicamentos, os servidores trabalham de forma precarizada. A categoria da saúde realizou uma greve durante 91 dias, exigindo condições de trabalho e reajuste salarial que há cinco anos não recebem, mas o governo se negou a conceder o reajuste, alegando impedimento devido à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Além da regulamentação, o governador determinou o pagamento retroativo aos dois da diferença entre os salários de governador e desembargador desde 1987.
Ao mesmo tempo em que os governos retiram os direitos dos trabalhadores, realizam demissões em massa, aplicam ajuste fiscal (seguro-desemprego, abono do PIS, aposentadoria...) e anunciam cortes na saúde e educação, justificando a crise econômica, os governos protegem os lucros dos patrões. É evidente que os governos querem que os trabalhadores paguem a conta da crise, para garantir o pagamento da dívida pública aos bancos, assegurar os lucros dos empresários, do Agronegócio e os interesses das multinacionais. Mas, como se não bastasse, o governo ainda usa o dinheiro público para manter os privilégios dos políticos das elites, mostrando mais uma vez pra quem ele governa. Não podemos aceitar esse absurdo. Não podemos aceitar que enquanto ex governadores recebem pensão privilegiada, pacientes do Walfredo Gurgel morrem em macas nos corredores aguardando um leito.