Nesta quinta-feira (27), foi o dia estadual de combate à violência contra as mulheres no Rio Grande do Norte. Mulheres e homens mostraram que não estão satisfeitas com a violência que vem acontecendo. Pela manhã, os servidores da saúde participaram de um debate sobre a violência contra as mulheres, na vigília em frente à Assembleia Legislativa. Os servidores da previdência social e servidores da administração indireta também se somaram à atividade. Após o almoço, os servidores participaram da manifestação que cobrou mais investimento dos governos de Carlos Eduardo (PDT), Robinson Faria (PSD) e Dilma (PT) nas políticas de combate à violência machita.
A concentração começou às 14h no viaduto do Baldo e depois saiu em caminhada até a Prefeitura, na Rua Ulisses Caldas, ambas localizadas no bairro de Cidade Alta. O dia foi construído pela Frente Feminista de Natal e teve a presença de diversas entidades sindicais e estudantis e organizações partidárias.
Os recentes casos de estupro ocorridos na capital potiguar foram lembrados durante toda a manifestação. Ainda no percurso foi entregue panfletos, adesivos e fitas à população para mostrar a importância de lutar contra o machismo.
O sentimento de silêncio que a cidade passava refletia no medo em que as mulheres, vítimas do machismo, ainda têm em denunciar a agressão. O trauma e as sequelas de uma violência são tão grandes, que muitos dos casos não são nem registrados.
Mesmo assim, os números acerca da violência praticada contra as mulheres são alarmantes. O Rio Grande do Norte é o 5º estado com maior índice de violência contra as mulheres e Natal a 10ª cidade com maior número de registros desse tipo, são em média 8 por dia.
O governo Robinson assiste mulheres dando a luz à seus filhos no chãos das maternidades desse estado, mantém apenas 5 DEAM's, que não funcionam a noite e aos finais de semana, enquanto a presidente Dilma, além de fazer cortes na pasta das políticas de combate à violência e na educação (3,5 bi na educação infantil), ainda anuncia a possibilidade de extinguir as secretarias nacionais de mulheres e de igualdade racial. A postura desses governos também é uma face da violência. Exigimos o investimento de 1% do PIB já!
Dentre as reivindicações das mulheres que protestavam, estão Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM’s) abertas 24 horas e com plantonistas mulheres preparadas, inclusive nos finais de semana; iluminação imediata dos trechos escuros nos bairros de Natal e no Campus Universitário da UFRN; creches para que as mães possam deixar seus filhos ; investimento de 1% do PIB para combate à violência contra as mulheres.
Antes da caminhada, as mulheres foram até a DEAM, no bairro da Ribeira, e deixaram uma carta em solidariedade às vítimas dos recentes casos de estupro. A delegada Michelle Alcântara, titular da DEAM Zona Sul, se comprometeu a repassar às garotas.