Os servidores da saúde de Natal decidiram suspender a greve, iniciada há 38 dias, no dia 08 de julho. A assembleia avaliou a greve e os documentos apresentados pela Prefeitura de Natal, que se comprometeu em devolver os descontos e faltas da greve de 2014 e a não descontar os salários da greve deste ano.
“Mais uma vez, a Prefeitura de Natal não atende as reivindicações dos servidores da saúde e ainda ameaçam todos os grevistas com descontos. O prefeito Carlos Eduardo acha que pode mandar e desmandar, como se fosse uma ditadura”, afirma Simone Dutra, do Sindsaúde.
Na quarta-feira, a categoria havia decidido adiar a decisão sobre o fim da greve, e foi até à Prefeitura cobrar do governo compromissos sobre os pontos que vinham sendo negociados, como o envio da lei das 30 horas, a implantação das gratificações devidas e a devolução dos descontos de 2014. No dia seguinte, a Secretaria Municipal de Saúde enviou um documento reforçando o compromisso de restituir os descontos de 2014 em setembro.
O Sindsaúde preparou uma lista inicial com os servidores que tiveram descontos. A lista foi feita a partir de uma relação enviada pelo próprio governo, por contracheques deixados e pela relação de presença na greve de 2014. Confira aqui se o seu nome está na lista.
CONTINUAR A LUTA
A categoria aprovou a suspensão da greve, mas com uma nova assembleia no dia 01 de outubro, já com indicativo de greve. “Caso o governo não devolva os salários e não haja avanços em relação às 30 horas, poderemos voltar à greve em outubro”, afirma Célia Dantas, do Sindsaúde-RN.
Neste dia também será realizado um grande protesto pelas 30 horas, procurando outras entidades, o Coren e os estudantes. Até hoje o governo não reenviou o Projeto de Lei que garantia as 30 horas sem perdas salariais. Em documento entregue ontem (abaixo), a SMS manteve o envio do Projeto de Lei das 30 horas condicionado ao limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ou seja, só reapresenta o projeto na Câmara após a melhora das finanças municipais. Veja o documento:
Os Guardas Municipais, que também suspenderam a greve nesta sexta, aprovaram uma assembleia para daqui a 30 dias, na qual irão acompanhar o cumprimento dos acordos e avaliar o retorno de uma greve. O Sindas e o Sinsenat também aprovaram a suspensão de suas greves. Uma mesa de negociação será formada, com todos os sindicatos, para acompanhar a data-base. A assembleia aprovou uma campanha comum contra a ditadura do prefeito Carlos Eduardo e os ataques ao direito de greve. A campanha já havia sido proposta há 15 dias, em carta aos sindicatos.
Além disso, também aprovou a realização de reuniões nas próximas semanas para avaliar a luta e iniciar a formação das comissões de base nos seguintes locais: Maternidade Leide Morais, Maternidade das Quintas, SAMU e CS Cidade Satélite.
A assembleia encerrou com uma homenagem à servidora Márcia Regina de Souza, da Maternidade Leide Morais, e do Hospital de Santa Cruz, vítima de um acidente na estrada, no retorno de Santa Cruz.
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