No final da tarde desta terça-feira, 11, a Prefeitura de Natal recebeu um representante de cada sindicato em greve – SindGuardas, Sinsenat, Sindas e Sindsaúde. Na audiência, o chefe do Gabinete Civil, Jonnhy Costa, apresentou a proposta da gestão: anular a portaria 1280, que autoriza o desconto dos salários dos grevistas. Na Câmara, o pedido de urgência para votar o decreto que anularia esta portaria contava com a assinatura de 18 dos 29 vereadores.
A Prefeitura também propôs instalar “uma mesa de negociação permanente sobre a data-base” e manteve a retirada das faltas dos servidores da saúde, referentes à greve de 2014, mas exigiu que o servidores da saúde retornassem ao trabalho.
Veja detalhe do documento entregue ao Sindsaúde, sobre a devolução dos descontos:
‘Esquecimento’ do que foi negociado
Na reunião, o chefe do Gabinete Civil praticamente esqueceu tudo o que havia negociado com o Sindsaúde, em audiência na Sempla, no dia 27 de julho. “Que reunião foi essa mesmo?”, chegou a perguntar. O Sindsaúde cobrou que os compromissos fossem reafirmados, para discutir a suspensão da greve. Entre eles a implantação das gratificações negadas aos servidores, o envio do Projeto de Lei das 30 horas e a devolução dos descontos da greve passada. O representante da Prefeitura não assumiu estes compromissos e ainda colocou no texto da proposta que a devolução dos dias parados de 2014 está condicionada à Lei de Responsabilidade Fiscal.
A coordenadora-geral do Sindsaúde-RN, Simone Dutra, apresentou a proposta da Prefeitura para a assembleia com muita revolta: “Eu estou enojada com tanto desrespeito. Estamos há três anos lutando por coisas básicas, direitos negados. E a Prefeitura diz que esqueceu o que negociou?”.
A categoria também recebeu indignada a proposta e resolveu adiar a decisão sobre a suspensão da greve para uma nova assembleia. Em vez disso, todos foram até à Prefeitura exigir um novo documento, garantindo a devolução dos descontos de 2014, mas sem condicionar à Lei de Responsabilidade Fiscal, além de outros pontos.
Os servidores encontraram o secretário municipal de Saúde, Luiz Roberto Leite, e o secretário adjunto, Marcelo Bessa, que deixavam uma audiência no prédio. Luiz Roberto reconheceu que o documento não contemplava o que havia sido negociado e após alguns minutos, retornou e se comprometeu em apresentar um novo documento na manhã desta quinta-feira (13), ao Sindsaúde.
Os servidores terão uma assembleia geral às 09h desta sexta, no Sindsaúde, na qual irão analisar o documento e a proposta de suspensão de greve.
Na manhã desta quarta, os agentes de saúde e os servidores municipais decidiram suspender as suas greves, em assembleia geral. A Guarda Municipal terá assembleia na sexta, às 09h.