Nesta quarta-feira (08), mais de 200 servidores da saúde lotaram a Governadoria, para acompanhar a audiência com o governador, marcada para as 10h. Além de diretores do Sindsaúde, a comissão de servidores foi formada com representantes de cada unidade de saúde presente e também, de representantes da associação de usuárias da anemia falciforme.
A audiência começou às 10h30, com a presença da chefe de gabinete da Casa Civil, Tatiana Cunha, do adjunto da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Haroldo Vale, da coordenadora dos Recursos Humanos da Sesap, Ângela Lobo e do governador Robinson Faria.
O Sindsaúde, mais uma vez expôs a situação da saúde, mas desta vez com a presença do governador Robinson Faria. Desde o início da greve, aconteceram três audiências na governadoria, mas em nenhuma delas o governador participou.
Após escutar o Sindisaúde e alguns servidores, o governador rejeitou a proposta apresentada e afirmou que não tem condições de conceder o reajuste. Robinson alega que o percentual da folha de pessoal nas contas do estado está em queda. Ou seja, só teria aumento quando o RN deixasse o Limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 49% da Receita Corrente Líquida. Atualmente as despesas com pessoal estão em 52,66%. Os servidores cobram 27% de reajuste e 61% para os municipalizados, que permaneceram sem qualquer tipo de reajuste no governo Rosalba.
“Não tem como fazer milagre. Estamos impedidos legalmente de criar cargos, promover concursos ou aumentar despesas do Governo. No momento é impossível enviar ao Legislativo uma proposta de aumento salarial. A única saída é economizar e aumentar a arrecadação”, explicou Robinson Faria.
Para Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde, essa resposta não contempla a categoria. “Ou o governo se debruça com isso ou a categoria continuará em greve!”, afirmou Simone Dutra.
Depois de ser questionado pelo Sindsaúde, o governador sugeriu ao Sindicato que procurasse órgãos fiscalizadores como Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado para que ouvissem deles as impossibilidades de conceder aumento neste momento. “Consultem o Ministério Público e o TCE; se eles derem alguma garantia a vocês eu apresento o reajuste”, disse o Governador.
O governo se comprometeu de na próxima audiência que está marcada para a segunda-feira (20), às 17h para dar resposta sobre a conversa com o consultor geral do Estado em relação a reposição dos salários dos servidores municipalizados que estão com salários congelados desde 2010. O Sindsaúde irá procurar o Ministério Público para saber se é possível fazer o reajuste.
“Não é possível que outras categorias, como os médicos tenham reajuste duas vezes seguidas e nós que estamos sem reajuste há 5 anos, não sejamos atendidos. A greve está se fortalecendo, setores que antes não tinham entrado na greve, agora estão participando. O Samu, é um exemplo, estão com apenas 30% da frota trabalhando. Se o governo não se posicionar a greve vai crescer, disse Rosália Fernandes.
Do mesmo lado?
A Chefe de gabinete civil Tatiana Cunha em reunião pediu paciência, pois o governo estava fazendo de tudo para escutar a categoria. E ainda brincou: “Estamos do mesmo lado. Precisamos que vocês nos ajudem e a gente ajuda vocês”.
Simone Dutra, não gostou da brincadeira e arrebateu na mesma hora: “Não, não estamos do mesmo lado. Nós somos os empregados e vocês os patões, não diga que estamos do mesmo lado, há uma diferença grande!”.
Chegada do município
Os servidores da saúde do município que entraram em greve nesta quarta-feira (08), também foram à governadoria para unificar a luta dos servidores, após assembleia pela manhã. Os servidores do município também sofrem com a falta de reajuste salarial; reivindicam a implantação das mudanças de níveis atrasadas desde 2012; a retirada das faltas e a devolução dos descontos da greve anterior; realização de concurso público ainda neste ano, para combater a sobrecarga e a precarização; a jornada de 30 horas sem redução salarial, e pontos de acordos não cumpridos.
Ainda esta semana, a categoria terá uma assembleia para definir os rumos da greve, na sexta-feita (10), às 09h, no auditório do Sinpol.