Opressão é a ação de oprimir, de sujeitar alguém a alguma coisa; sufocar, seja uma pessoa, uma atitude, uma comunidade; violência para demonstrar autoridade, atitude de tirania para tirar vantagens sobre alguém. E para conscientizar os servidores da saúde sobre o assunto, na tarde desta terça-feira(30), o Sindsaúde-RN e o Movimento das Mulheres em Luta (MML) promoveram a Oficina "Opressão contra a mulher" ministrada por Luana Soares.
Na oficina, os servidores participaram de atividades lúdicas e debates sobre o padrão da sociedade machista/capitalista.
"O capitalismo se utiliza do machismo, da opressão contra a mulher, com todos os seus aspectos ideológicos para a manutenção da exploração", disse Luana.
Durante a oficina, os profissionais confeccionaram cartazes e criaram personagens. Com histórias, a oficineira Luana exemplificou as diferenças de tratamento que existe entre a mulher e o homem na sociedade atual. Os exemplos embasaram o debate sobre questões como "trabalho doméstico é obrigação da mulher?", "Homem pode trair, mulher não?" e "Natural ou cultural?". Os homens presentes mostraram compreensão da igualdade entre os sexos.
Entre os debates, servidores compartilharam experiências de opressão vivenciadas por eles ou algum familiar mostrando que, muitas vezes, a opressão pode vir em forma de padrão de beleza estabelecido por uma sociedade machista.
"Na puberdade, para liberar os hormônios, os desejos sexuais que temos, não somos levadas ao cabaré como os homens, nós somos reprimidas. Desprezam as nossas necessidades como mulher. Ou será que também não temos desejos sexuais?Quando a mulher têm vários parceiros, ela é recriminada, humilhada e chamada de vadia. Quando os homens têm várias parceiras, ninguém os ofende. Isso precisa mudar", disse uma servidora.
O curso explicou que a opressão contra as mulheres envolve sua área profissional, sua liberdade para decidir como sobre a sua vida e dispor de seu próprio corpo. Para justificar a atitude opressora, a sociedade criou o mito da inferioridade feminina, muitas vezes reduzindo a mulher à objeto, como em muitos comerciais que se utilizam da sensualidade e do corpo da mulher para satisfazer o público masculino. Essa inferioridade também pode ser vista no conceito de desigualdade, por exemplo, quando se diz que a mulher é emotiva e o homem é racional.
Partindo desse conceito que a mulher é inferior aos homens, muitos deles utilizam-se da violência para alegar sua superioridade. No mês de junho, segundo a pesquisa feita pelo projeto Via Lilás, cerca de 71% das mulheres que disseram ter sofrido algum tipo de violência não denunciaram seus agressores. Mais de 55% disseram ter sofrido violência física e mais de 50% sofreram violência psicológica.
Sobre o curso, o servidor José Almeida, da Unicat, parabenizou a oficina. "Esse curso foi muito bom. Ele é apenas uma faísca para a nossa conscientização. E são as faíscas que geram os incêndios", disse.